Antes de a covid-19 se abater sobre a economia, mas ainda sob os efeitos do baixo crescimento econômico que se seguiu à recessão de 2014 a 2016, a atividade comercial encerrou 2019 com uma queda de 0,4% no pessoal ocupado, na comparação com 2018, segundo a Pesquisa Anual de Comércio (PAC) 2019, divulgada nesta quinta-feira, 29, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em um ano, foram fechados 42,4 mil postos de trabalho.
Conforme a PAC 2019, naquele ano, havia no País 1,4 milhão de empresas no setor comercial, com 1,6 milhão de lojas. Essas empresas geraram R$ 4,0 trilhões de receita operacional líquida e movimentaram R$ 246,4 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações, com resultado final de R$ 660,7 bilhões de valor adicionado bruto, informou o IBGE.
Além da redução no pessoal ocupado, na passagem de 2018 para 2019, houve queda tanto no número de empresas (5,0%, ou 75,6 mil firmas a menos) quanto no de lojas (3,0%, ou 49,8 mil unidades fechadas).
O comércio atacadista teve desempenho relativamente melhor do que o comércio de veículos e peças e do que o comércio varejista, conforme as desagregações feitas pela PAC. Em termos de pessoal ocupado, o segmento do atacado registrou alta de 2,7% em 2019 ante 2018, o que significa a abertura de 45,4 mil vagas. Também houve crescimento no número de empresas (1,9%) e de unidades locais (2,7%).
Os cortes de empregos ficaram mesmo no comércio varejista, já que o comércio de veículos e peças também fechou 2019 com mais postos de trabalho, com crescimento de 1,2%. O pessoal ocupado no varejo ficou 1,3% menor na passagem de 2018 para 2019, indicando o fechamento de 98,9 mil vagas.
Além disso, a PAC 2019 registrou, no comércio varejista, uma queda de 6,1% no número total de empresas, com o fechamento de 70,9 mil firmas, e um recuo de 3,7% no número de lojas, 47,5 mil estabelecimentos a menos.
O desempenho relativamente melhor do comércio atacadista se refletiu também na receita operacional líquida. Dos R$ 4 trilhões registrados em 2019, 45,2% foram gerados pelo setor atacadista, 44,9% pelo setor varejista e de 9,9% pelo comércio de veículos e peças.
"Após cinco anos consecutivos de prevalência do comércio varejista, em 2019 registrou-se uma maior participação do setor atacadista", diz o relatório da PAC 2019. "Destaca-se ainda a perda de representatividade do comércio automotivo, que em 10 anos recuou 5,4 pontos percentuais (p.p.), em contrapartida ao avanço do comércio varejista (2,9 p.p.) e por atacado (2,5 p.p.)", continua o texto publicado pelo IBGE.