Refilmagens, via de regra, podem significar duas coisas: lucrar novamente com uma idéia já feita ou encontrar novidades no que já foi feito. Encaixam-se na categoria produções como "A Hora do Pesadelo", "O Massacre da Serra Elétrica", "A Fantástica Fábrica de Chocolates" e "Karatê Kid", entre outras. A lista acaba de ganhar mais um integrante com "Conan, O Bárbaro", que estréia nesta sexta-feira nos cinemas.
Baseado nas histórias de Robert E. Howard, publicadas a partir de 1932, o personagem teve sua primeira versão cinematográfica em 1982, com um filme de mesmo nome estrelado por Arnold Schwarzenegger e dirigido por John Milius. À época, o ator austríaco provavelmente não tinha pretensões de ser governador nos EUA e sequer havia protagonizado "O Exterminador do Futuro" (1984), papel que o tornaria famoso. A despeito das qualidades dramáticas de Schwarzenegger, que se concentravam em seus músculos, o filme trazia a história de um homem em busca de vingança pela morte dos habitantes de sua vila. O vilão era o tirano semi-divino responsável pelo massacre, vivido por James Earl Jones (a voz de Darth Vader em "Star Wars").
Na nova versão, a premissa é praticamente a mesma. O papel principal coube ao não menos brutamonte Jason Momoa (que também fez um bárbaro na série "Game Of Thrones"). Assim como na versão original, a história se passa na Era Hiboriana, tempo situado próximo à Idade do Gelo. Pode-se comparar o cenário à Terra Media de "O Senhor dos Anéis", inclusive no que se refere à existência de magia. A vila do povo Cimério é invadida e destruída por um misterioso vilão chamado Khalar Zym (Stephen Lang, de "Avatar"). Sua intenção é reunir artefatos mágicos que lhe permitirão ressuscitar uma poderosa feiticeira que o ajudará a expandir seus domínios. O jovem Conan é o único sobrevivente da chacina, e cresce cultivando seu desejo de vingança.
Também de maneira parecida com o primeiro longa, o herói recebe de seu pai, Corin (Ron Perlman, de "Hellboy") os ensinamentos que lhe dão a base para ser um guerreiro audacioso, mas honrado no futuro. Ao contrário de Schwarzenegger (cujas falas podia-se contar nos dedos), Momoa é mais articulado em suas falas e – com a ajuda dos efeitos especiais – participa de lutas bastante complexas, principalmente em comparação com a produção oitentista. De fato, os trailers e imagens do filme lembram videogames como "Word of Warcraft" ou "Prince of Persia" tamanha a quantidade de cores e luzes que aparecem ajudados pela fotografia e cenário bastante detalhistas.
A música que acompanha as cenas de ação lembra o rock pesado de "300" (2006) em contraponto à música mais "clássica" do Conan original. A direção é de Marcus Nispel (do já citado "Massacre da Serra Elétrica" e "Sexta-Feira 13" de 2009). O elenco traz ainda Rachel Nichols (de "G.I. Joe – A Origem de Cobra") como Tamara, mulher que tem relação com os planos de Khalar e termina se envolvendo com Conan, e Rose McGowan (de "À Prova de Morte"), como a feiticeira Marique.
Conan, o Bárbaro (Conan the Barbarian) – EUA, 2011. Direção de Marcus Nispel. Com Jason Momoa, Stephen Lang, Rachel Nichols, Ron Perlman, Rose McGowan, Bob Sapp, Leo Howard, Steven ODonnell, Nonso Anozie, Raad Rawi, Laila Rouass, Saïd Taghmaoui, Milton Welsh, Borislav Iliev, Nathan Jones. Distribuição Califórnia Filmes.