As concessões dos bancos no crédito livre subiram 10,6% em março ante fevereiro, para R$ 509,4 bilhões, informou o Banco Central nesta sexta-feira, 3. No acumulado nos últimos 12 meses até março, o aumento foi de 5,4%. Estes dados não levam em conta ajustes sazonais.
No crédito para pessoas físicas, as concessões subiram 3,0% em março, para R$ 265,8 bilhões. Em 12 meses até março, houve alta de 8,9%. Já no caso de pessoas jurídicas, as concessões avançaram 20,3% em março ante fevereiro, para R$ 243,6 bilhões. Nos 12 meses fechados em março, houve alta de 1,5%.
O estoque total de operações de crédito do sistema financeiro subiu 1,2% em março, para R$ 5,873 trilhões. De acordo com dados divulgados pelo Banco Central, o saldo aumentou 8,3% em 12 meses encerrados em março. Na comparação com fevereiro, houve alta de 3,9% no estoque para pessoas físicas e elevação de 23,4% no estoque para pessoas jurídicas.
De acordo com o BC, o estoque de crédito livre subiu 1,5% no terceiro mês de 2024, enquanto o crédito direcionado apresentou avanço de 0,8%.
No crédito livre, houve elevação de 0,4% no saldo para pessoas físicas em março. Para as empresas, o estoque cresceu 3,0% no período.
O BC informou ainda que o total de operações de crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) passou de 52,8% para 53,3% na passagem de fevereiro para março.
<b>Habitação</b>
O estoque das operações de crédito direcionado para habitação no segmento pessoa física cresceu 0,9% em março ante fevereiro, totalizando R$ 1,061 trilhão, informou o Banco Central. Em 12 meses até março, o crédito para habitação no segmento pessoa física subiu 11,1%.
Já o estoque de operações de crédito livre para compra de veículos por pessoa física avançou 1,5% em março ante fevereiro, para R$ 30,7 bilhões. Em 12 meses até março, a variação foi positiva em 14,8%.
<b>Endividamento das famílias</b>
O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro fechou o mês de fevereiro em 47,9%, ante 48,0% registrado em janeiro. O recorde da série histórica do Banco Central ocorreu em julho de 2022 (50,1%). Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento ficou em 30,1% no segundo mês de 2024, ante 30,2% em janeiro.
Fevereiro foi o sexto mês de operação do programa federal de renegociação de dívidas Desenrola. Na fase do programa iniciada no dia 17 de julho foi possível renegociar dívidas bancárias de consumidores que ganham até R$ 20 mil mensais, sem garantia do Tesouro Nacional. Além disso, o nome de pessoas que tinham dívidas de até R$ 100 nos bancos foi "desnegativado" automaticamente, sem o perdão dos compromissos. A segunda fase, para quem ganha até dois salários mínimos (R$ 2.640,00), começou no fim de setembro e tem garantia do Tesouro.
Segundo os dados do BC para o mês de fevereiro, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) terminou em 25,7%. Em janeiro, o porcentual também era de 25,7%. O recorde da série foi registrado em junho de 2023, com 28,4%. Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda seguiu de 23,7% de janeiro para fevereiro.