De janeiro a junho de 2023, a EDP, distribuidora de energia de Guarulhos, identificou 7.429 fraudes em residências, comércios e indústrias do município. O resultado só foi possível graças ao emprego da tecnologia como aliada no combate a essas irregularidades, conhecidas popularmente como “gatos”.
Por meio do monitoramento remoto, emprego de algoritmos e demais ferramentas de modelagem estatística, a companhia identifica com precisão as inconsistências na medição dos clientes, com alertas e mapeamento de suspeita de irregularidades. Esse mapeamento permite um melhor direcionamento das equipes especializadas para as inspeções em campo, munidas de equipamentos de última geração. As operações são realizadas com o apoio das autoridades policiais.
No primeiro semestre de 2022, por exemplo, uma fraude era detectada a cada quatro inspeções realizadas, em média. No primeiro semestre de 2023 a eficiência é maior e chega a uma fraude confirmada a cada duas inspeções realizadas. Entre janeiro e junho deste ano, a EDP conseguiu recuperar 33.586 megawatts-hora (MWh), quantidade de energia suficiente para abastecer as cidades de Guararema, Aparecida e Tremembé por um mês.
Após o flagrante identificado, o responsável pelo local é convidado a participar da apuração da energia furtada junto dos técnicos especialistas da empresa e, conforme regras da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), é realizada a cobrança de todo o valor não faturado durante o período do furto.
Ao contrário do que muitos imaginam, o furto de energia elétrica não traz perdas apenas para a Concessionária. Os maiores lesados são os próprios consumidores. De acordo com as normas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a tarifa de energia abrange também as perdas elétricas e o custo da energia usada irregularmente pelas pessoas que cometem esse crime é parcialmente repassado a todos os usuários da rede.
A EDP reforça que somente profissionais habilitados podem manusear a rede elétrica com toda técnica e os equipamentos de segurança necessários. As ligações clandestinas oferecem risco e também trazem prejuízos a toda a população, já que parte dos custos acaba sendo diluída na conta de todos, de acordo com a regulamentação vigente.
Crime
O furto de energia é crime previsto no Artigo 155 do Código Penal Brasileiro, que dispõe: “Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: pena de reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa”.
Além do processo criminal, o proprietário do estabelecimento irá arcar, conforme a regra da Resolução Aneel, com a cobrança de toda energia não faturada durante o período da irregularidade e o custo administrativo.
Risco à vida
O furto de energia, além de ser uma prática perigosa e que pode provocar a morte, também traz risco de sobrecarga à rede elétrica, com prejuízo para a população que sofre com a falta do fornecimento em suas residências e ruas ou, por exemplo, com danos aos equipamentos elétricos e ainda devido à queda na qualidade da energia.
De acordo com levantamento da Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia (Abradee), foram registrados, no ano passado, 756 acidentes envolvendo a rede elétrica, dos quais 270 resultaram em mortes. A ligação clandestina é quarta maior causa de morte no país relacionada à energia elétrica.
A EDP pede para que a população contribua, denunciando as ligações irregulares pelos seguintes canais de atendimento aos consumidores:
- Aplicativo EDP Online (compatível com tablets e smartphones)
- WhatsApp (11) 93465-2888
- Central de Atendimento: 0800 721 0123
Todos os canais de relacionamento são gratuitos e funcionam 24 horas