Com os três principais membros da equipe econômica presentes no Ministério da Fazenda para a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), um grupo de concursados do Banco Central (BC) que ainda não foi chamado decidiu mudar o local de protesto da sede da autarquia para o Ministério da Fazenda. “Estamos aqui esperando porque são eles que decidem”, disse Patrícia de Oliveira Pereira, que passou para uma vaga de técnico.
A intenção dos manifestantes é entregar um estudo aos ministros Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento) e para o presidente do BC, Alexandre Tombini. O levantamento, de acordo com o movimento, revela que o quadro de defasagem de recursos humanos no Banco Central é de 40%. “O presidente Tombini já fez um pedido de reposição para o Planejamento, mas há uma inércia dessa pasta para resolver o problema”, criticou Marcelo Eustáquio, aprovado para o cargo de analista.
No total, são 735 pessoas aprovadas no concurso do Banco Central que já fizeram curso de formação, mas que ainda não foram chamadas. Para que o concurso não caducasse, houve uma extensão de sua vigência até setembro. “O governo já gastou mais de R$ 3 milhões com nosso curso de formação”, disse Patrícia. “O problema é que, no começo, não havia toda essa história de contingenciamento. Agora a situação está pior”, acrescentou Eustáquio.
O pequeno grupo de manifestantes, formado por cerca de 10 pessoas, fixou faixas de frente para a entrada do Ministério. Em uma delas, está escrito: “Fiz curso de formação, só falta a nomeação!”. Em outra, há um quadro com números que mostram o volume de cargos efetivos e vagos no BC.