As condições climáticas desfavoráveis estão por trás dos aumentos nos alimentos em janeiro. O encarecimento dos itens alimentícios resultou na maior pressão sobre a inflação oficial do País neste início de 2024, disse o gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Almeida.
O grupo Alimentação e bebidas saiu de um aumento de 1,11% em dezembro para um avanço de 1,38% em janeiro, dentro do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O grupo contribuiu com 0,29 ponto porcentual para a taxa de 0,42% do IPCA do último mês.
"Historicamente, a gente observa alta nos preços dos alimentos nos meses de verão, por conta das temperaturas mais altas e maior incidência de chuvas no País. Neste ano, isso é explicado pelo fenômeno El Niño", justificou Almeida.
Apesar de ser considerado um movimento sazonal, a alta no grupo Alimentação e bebidas em janeiro foi a maior desde abril de 2022, quando os preços subiram 2,06%. Considerando apenas meses de janeiro, o aumento no grupo foi o mais acentuado desde 2016, quando a elevação foi de 2,28%.
Foram os itens alimentícios que turbinaram o IPCA em janeiro, embora o encarecimento dos serviços bancários e do plano de saúde também tenha pressionado a inflação do mês, lembrou Almeida.
A alimentação no domicílio subiu 1,81% em janeiro. As famílias pagaram mais pela cenoura (43,85%), batata-inglesa (29,45%), feijão-carioca (9,70%), arroz (6,39%) e frutas (5,07%).
A alimentação fora do domicílio aumentou 0,25% em janeiro. A refeição fora de casa subiu 0,17%, e o lanche teve elevação de 0,32%.