A ex-presidente do Brasil e atual presidente do Novo Banco do Desenvolvimento, Dilma Rousseff, avalia que o financiamento é atualmente o grande problema para os países se prepararem para as mudanças climáticas, que tendem a se agravar. Ela destacou que as altas taxas de juros cobradas de países em desenvolvimento são maiores do que nos países desenvolvidos, o que torna o acesso a recursos cada vez mais difícil.
"Os altos custos de serviço da dívida prejudicam investimentos críticos em áreas como proteção ambiental, mitigação e adaptação, ações de combate à mudança do clima, saúde, educação, infraestrutura ou comprometimento de espaço fiscal com pagamento de juros", disse Rousseff durante a abertura de evento paralelo ao G20, "States of the Future", no Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A executiva ressaltou, que as taxas de juros nos países em desenvolvimento sobem mais do que os investimentos em saúde e educação, e que para reverter isso é necessário que o Estado atue como articulador.
"As condições globais de financiamento, além de reduzidas, são proibitivas, devido aos riscos cambiais e às taxas de juros elevadas praticadas nas economias centrais que as adotam e que colocam em risco a estabilidade financeira. O espaço fiscal é crucial para garantir os recursos necessários para que os governos possam investir simultaneamente em ações de desenvolvimento e combate às mudanças climáticas", afirmou a ex-presidente da República.