Quando decidiu fechar os dois hospitais veterinários municipais que prestavam atendimento gratuito aos pets de Guarulhos, o prefeito Lucas Sanches (PL), deixou sem assistência a população mais carente que não consegue pagar para levar seus animais de estimação em clínicas particulares. Na ocasião, numa ação de marketing, correu para as redes sociais para anunciar que inauguraria dois novos, que atenderiam 24 horas por dia, sete dias por semana, pelos mesmo custos daqueles que fechou.
O prazo já venceu
No afã de iludir a opinião pública, Lucas – que havia se esquecido de dar um prazo para os novos hospitais serem abertos – logo saiu dizendo que em 60 dias a população contaria com os equipamentos veterinários, diante da repercussão negativa para ele, até nas grandes mídias de São Paulo, como a TV Globo, que veio à cidade para mostrar mais uma decisão impopular do prefeito.
Promessa não cumprida
Já se passaram 67 dias (7 dias a mais que o prazo dado por Lucas) e até hoje nada de novos hospitais veterinários. Nem mesmo licitação para a contratação de novos equipamentos ou parcerias que possibilitem a reabertura dos hospitais que eram bastante usados e aprovados pela população. Nunca é demais dizer que os hospitais veterinários municipais foram inaugurados pelo ex-prefeito Guti (PSD) no ano passado, já que sempre foi um grande defensor da causa animal.
Os jeitinhos do prefeito

Em vez de se empenhar em entregar hospitais veterinários para a população, Lucas tentou dar seus jeitinhos. Primeiro, o prefeito se meteu numa confusão ao levar um ônibus castramóvel para prestar o serviço na praça Getúlio Vargas. No mesmo dia, por não ter autorização do proprietário, acabou sendo retirado do local, até um outro ser colocado. Houve até a confecção de um Boletim de Ocorrência contra a municipalidade.
Atendimento a desejar
Nos Pimentas, onde o outro hospital também foi fechado por Lucas Sanches, a pirotecnia da administração passou por um acordo de atendimento limitado numa clínica particular vizinha do equipamento gratuito entregue por Guti. Com poucas senhas por dia e sem as boas condições de atendimento, a frustração da população ficou latente. Também por lá, nem sinal de um novo hospital veterinário com atendimento 24 horas.
Marca da gestão
Essa mania de anunciar e não cumprir parece lugar comum no governo Lucas Sanches, além de dar desculpas e se vangloriar de obras deixadas praticamente prontas pela administração passada. No início do ano, o prefeito anunciou um centro de excelência de atendimento a crianças com espectro autista, que seria construindo numa área no bairro da Ponte Alta. Mas até hoje só promessas. Nada de efetivo ocorreu.
Nem CEU, nem nada
Ainda na área da educação, o projeto de construção de um novo CEU na Ponte Grande, bairro onde Lucas morou até se tornar vereador, não prosperou. A construção programada para ocorrer em 2024 pelo ex-prefeito Guti não pode ser levada adiante no ano passado, já que o Governo Federal cortou cerca de R$ 60 milhões que seriam destinados à merenda escolar da rede municipal. Para não deixar as crianças sem as refeições diárias, que chegavam a cinco por dia nas escolas de ensino integral, Guti usou o dinheiro reservado para o CEU e garantiu a manutenção da alimentação.
Mais uma entrega não Feita
Já Lucas Sanches, que não entregou uniformes escolares neste ano, ovos de chocolate na Páscoa, que atrasou os materiais, e tem desejado a desejar em muito na alimentação das crianças, até o momento não fez qualquer movimento para construir o novo CEU no bairro onde cresceu como uma criança humilde. No poder, além do bom avanço em suas declarações de renda, parece se esquecer dos que mais precisam.
Com a língua de fora

Como nem tudo é trabalho, no domingo pela manhã, Lucas Sanches decidiu se vestir de atleta. De bermuda e tênis novo (como fez questão de frisar em seus vídeos em redes sociais), participou da corrida de 5km do Rotary Run, competição tradicional que ocorre todos os anos na região do Bosque Maia. Meio desengonçado e demonstrando que não é do ramo, tentou cumprir o trajeto. Alguns guarulhenses garantem que viram o prefeito pegando um atalho em determinado momento para chegar ao fim da competição. Assim que passou a linha, completamente esbaforido, por pouco não foi ao chão. Não sobrou fôlego nem para um videozinho.


