O Índice de Confiança da Construção (ICST) caiu 0,3 ponto em outubro, informou nesta terça-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o primeiro recuo após cinco meses de alta, o indicador de sondagem do setor chegou a 96,1 pontos, com ajuste sazonal, ainda em nível superior a julho (95,7). Em médias móveis trimestrais, o ICST ficou praticamente estável ao variar 0,1 ponto.
A coordenadora de Projetos da Construção da FGV do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), Ana Maria Castelo, ressalta em nota que o resultado do mês reflete percepções diferentes dos empresários nos vários segmentos. As empresas de Preparação de Terrenos, por exemplo, tiveram queda da confiança, ao passo que as de Edificações registraram crescimento.
"De todo modo, o indicador consolidado de evolução da atividade acomodou em patamar que sinaliza uma percepção positiva das empresas, com uma posição mais favorável do que antes da pandemia de covid-19", acrescenta.
O Índice de Situação Atual (ISA-CST) caiu 0,7 ponto, para 92,0 pontos, depois de dois avanços consecutivos. O recuo do ISA-CST foi influenciado pela piora do indicador de situação atual dos negócios (-1,4), para 90,8 pontos. O indicador de carteira de contratos, por sua vez, teve alta marginal de 93,3 para 93,4 pontos.
O Índice de Expectativas (IE-CST) passou de 100,2 para 100,3 pontos. A estabilidade se deve à divergência nas perspectivas dos indicadores que compõem o IE-CST, já que o indicador de demanda prevista subiu 0,6 ponto, para 101,8, mas o de tendência dos negócios cedeu 0,4, para 98,8 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) da Construção avançou 0,6 ponto porcentual (pp), para 75,6%. O NUCI de Mão de Obra teve alta de 0,7 pp, para 76,9%, e o de Máquinas e Equipamentos ficou estável em 68,3%.
A FGV acrescenta que a escassez de mão de obra qualificada começou a ganhar relevância entre os fatores limitativos à melhoria dos negócios das empresas, juntando-se à questão do custo dos materiais. Houve 17,6% de menções ao tema, maior porcentual desde março de 2015 (22,5%).
"Ainda é um quadro distante do alcançado no último boom (maio de 2011), quando 48,6% das empresas indicaram problemas com a falta de mão de obra, mas é uma questão que já começa a preocupar as empresas e que está diretamente relacionada ao maior aquecimento do setor", explica Ana Castelo.