O Índice de Confiança da Indústria (ICI) apresentou queda de 0,6 ponto em setembro na comparação com agosto, a 106,4 pontos, informou nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre). No mês anterior, o indicador, com ajuste sazonal, havia recuado 1,4 ponto, após quatro meses de alta.
A segunda queda consecutiva reflete uma oscilação das percepções sobre as situações presente e futura, por pressões de custo, alto desemprego e instabilidades econômicas e institucionais, explica em nota a economista Claudia Perdigão, do FGV/Ibre. "Soma-se ainda a crise hídrica que contribui para elevar a pressão inflacionária e as incertezas quanto à possibilidade de expansão da produção nos próximos meses, principalmente entre os segmentos intensivos no uso de energia elétrica", acrescenta.
O Índice de Situação Atual (ISA) caiu 0,2 ponto, para 109,2 pontos, menor valor desde agosto de 2020 (98,7). O recuo do ISA foi puxado pela queda de 2,7 pontos na situação atual dos negócios, que chegou a 103,1 pontos, também no menor patamar desde agosto de 2020 (99,1). O indicador para demanda total cedeu 2,1 pontos, para 107,6, ao passo que o nível de estoques subiu 4,1 pontos, para 116,0, melhor nível desde março deste ano (118,2).
O Índice de Expectativas (IE), por sua vez, recuou 1,0 ponto, para 103,6, com queda de 1,5 ponto em produção prevista para os próximos três meses, a 99,7, menor nível desde maio (93,1). A tendência dos negócios para os próximos seis meses caiu 1,2 ponto, a 102,7. A perda de otimismo em ambos os quesitos levou a uma redução de 0,4 ponto no indicador de emprego previsto, para 108,1 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) avançou 0,5 ponto porcentual, para 80,2%, maior valor desde novembro de 2014. O levantamento contou com informações de 1.087 empresas entre os dias 1º e 24 deste mês. A próxima divulgação da Sondagem da Indústria ocorrerá em 27 de outubro.