O Índice de Confiança da Indústria (ICI) apresentou queda de 1,2 ponto em outubro, a 105,2 pontos, informou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre). Em setembro, o indicador, com ajuste sazonal, havia recuado 0,6 ponto.
A terceira queda consecutiva reflete um recuo tanto no Índice de Situação Atual (ISA) quanto no Índice de Expectativas (IE). O ISA cedeu 0,9 ponto, para 108,3 pontos, menor valor desde setembro de 2020 (107,3). A abertura de demanda total registrou a quarta perda consecutiva, de 1,0 ponto, para 106,6, e o nível de estoques despencou 4,8 pontos, para 111,2. A situação atual dos negócios, por outro lado, avançou 3,1 pontos, para 106,2, e recuperou um terço das perdas sofridas nos últimos três meses.
Já o IE cedeu 1,7 ponto, para 101,9, menor patamar desde maio deste ano (99,0), puxado pela queda de 3,4 pontos em tendência dos negócios para os próximos seis meses, a 99,3 pontos, no menor nível desde setembro de 2020 (96,5). A produção prevista para os próximos três meses também caiu (-1,3 ponto), para 98,4 pontos. O indicador de emprego previsto, por sua vez, ficou estável em 108,1 pontos.
"Embora a confiança da indústria ainda esteja em nível elevado e acima dos níveis pré-pandemia, o otimismo quanto à situação futura do segmento industrial para os próximos meses retornou para o nível próximo do considerado neutro, indicando a expectativa de manutenção do cenário atual", analisa em nota a economista do FGV/Ibre Claudia Perdigão. "Essa avaliação ocorre em meio a pressões de custos, desemprego elevado e instabilidades econômicas e institucionais persistentes, tornando a conjuntura futura mais incerta e menos favorável a planos de expansão da produção."
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) avançou 1,1 ponto porcentual, para 81,3%, maior valor desde novembro de 2014. O levantamento contou com informações de 1.078 empresas entre os dias 1º e 22 deste mês. A próxima divulgação da Sondagem da Indústria ocorrerá em 26 de novembro.