O avanço no índice que mede a situação atual da indústria, de 2,4 pontos, para 93,3 pontos, puxou em novembro a primeira alta mensal da confiança do setor após quatro quedas consecutivas, informou a Fundação Getulio Vargas nesta terça-feira, 27. A confiança da indústria subiu 1,9 ponto no mês ante outubro, para 92,7 pontos.
Nas aberturas, o recuo do índice que mede a avaliação dos estoques foi um dos principais movimentos. Quando acima de 100 pontos, ele indica operação com estoques excessivos ou acima do desejável. Em novembro, o índice caiu 5,2 pontos, para 107,1 pontos. Houve melhora também na demanda, com avanço de 1,6 ponto, para 93,5 pontos, e a situação atual dos negócios ficou estável em 94 pontos.
"O resultado reflete uma percepção de melhora da situação atual, influenciada pela melhora gradual da demanda e pelo movimento de escoamento de estoques que, apesar disso, permanecem distantes de uma situação de normalidade", afirma o economista do Ibre/FGV, Stéfano Pacini, em nota. Ele pondera que ainda é cedo para avaliar se a alta de novembro será o início de uma nova tendência ou uma acomodação após uma sequência de quedas.
Pacini acrescenta que, no plano macroeconômico, as taxas de juros e o endividamento começaram a ceder, mas seguem em níveis elevados, portanto ainda é difícil atribuir a esses movimentos algum impacto na percepção de demanda pelas empresas.
O Índice de Expectativas também subiu em novembro, 1,3 ponto, para 92,1 pontos, a primeira alta desde junho. Houve avanço em todos os indicadores na abertura: ímpeto de contratações subiu 2,5 pontos, para 96,8 pontos; a perspectiva para produção nos três meses seguintes subiu 0,8 ponto, para 90,9 pontos; e a tendência dos negócios nos seis meses seguintes subiu 0,4 ponto, para 89,0 pontos. Apesar da melhora, todos os componentes de expectativas seguem abaixo de 100 pontos.
A sondagem coletou informações de 1,089 mil empresas entre os dias 1º e 24 do mês.