O Índice de Confiança do Comércio (Icom) caiu 2,6 pontos na passagem de junho para julho, para 91,6 pontos, informou nesta sexta-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais, o indicador avançou 2,7 pontos, quarto resultado positivo consecutivo.
"O resultado de julho parece ser melhor definido como uma calibragem após altas significativas do que uma nova fase de desaceleração, como a ocorrida na virada do ano. Os indicadores sobre o momento presente caíram suavemente, um sinal de sustentação do momento mais favorável do ano, com inflação mais controlada e confiança dos consumidores em alta e a despeito dos níveis ainda elevados de juros", avaliou em nota o coordenador da Sondagem do Comércio no Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), Rodolpho Tobler.
"Por outro lado", destacou Tobler, "as expectativas voltaram a ceder, mostrando desconfiança do setor com a continuidade desse cenário. A consolidação da melhora do ambiente macroeconômico é peça fundamental para retomada da confiança do comércio", afirmou o economista.
A queda do índice em julho foi disseminada em cinco dos seis principais segmentos do setor e nos dois horizontes temporais. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) cedeu 0,9 ponto, para 98,0 pontos, na primeira queda após cinco meses de alta. O Índice de Expectativas (IE-COM) recuou 4,1 pontos, para 85,6 pontos.
Segundo a FGV, mensalmente as empresas informam sobre os fatores que estão limitando a melhoria dos negócios.
"Em julho os três fatores mais citados foram demanda insuficiente, competição e custo financeiro. Mesmo vindo de uma sequência favorável na confiança do comércio nos meses anteriores, há ainda um porcentual muito elevado de empresas reclamando do nível atual da demanda. Custo financeiro, onde entram reclamações sobre juros, também é um fator que vem sendo citado com maior frequência que em anos anteriores", informou.
A Sondagem do Comércio de julho coletou informações de 719 empresas entre os dias 1º e 27 de julho.