O Índice de Confiança do Comércio (Icom) avançou 0,6 ponto na passagem de junho para julho, para 90,9 pontos, após duas quedas consecutivas, informou nesta terça-feira, 30, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais, o indicador recuou 1,5 ponto, também para 90,9 pontos.
"A confiança do comércio apresenta um avanço discreto em julho, após duas quedas mais expressivas. A redução do pessimismo é observada principalmente nas expectativas para os próximos meses com forte alta do indicador sobre a tendência dos negócios apesar do pessimismo persistente sobre as vendas previstas", avaliou a economista do FGV Ibre, Geórgia Veloso.
Segundo ela, esse contraponto sinaliza a incerteza dos empresários sobre a retomada do setor, dados os níveis ainda elevados de endividamento e de taxas de juros, que dificultam a recuperação de atividades mais associadas ao mercado de crédito. "Na situação atual, o indicador sobre o volume de demanda cai pelo terceiro mês consecutivo, mas há uma desaceleração, com avaliações negativas concentradas em apenas dois dos seis principais segmentos", explicou.
De acordo com a FGV, a alta discreta da confiança em julho foi disseminada em quatro dos seis principais segmentos do setor.
O Índice de Expectativas (IE-COM) apresentou a maior influência positiva, ao avançar 1,1 ponto, para 92,5 pontos, após queda no mês anterior. Os quesitos que compõem o IE-COM variaram de maneiras distintas no mês: o indicador que avalia as expectativas sobre a tendência dos negócios nos próximos seis meses avançou 4,5 pontos, para 96,1 pontos, maior nível desde setembro de 2022 (96,9 pontos) e o que mede as perspectivas de vendas nos próximos três meses caiu pelo terceiro mês consecutivo, agora em 2,3 pontos, para 89,2 pontos.
No campo positivo, o Índice de Situação Atual (ISA-COM) avançou 0,2 ponto, para 89,9 pontos, com resultados também distintos nos indicadores: as avaliações sobre a situação atual dos negócios variaram positivamente em 1,5 ponto, para 91,5 pontos, e o indicador que avalia o volume de demanda atual caiu 1,0 ponto, para 88,5 pontos, menor nível desde outubro de 2023 (87,9 pontos).