O Índice de Confiança do Comércio (Icom) subiu 2,2 pontos na passagem de julho para agosto, para 93,8 pontos, informou nesta quinta-feira, 30, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais, o indicador avançou 2,2 pontos, quinta alta consecutiva.
"A alta da confiança do comércio em agosto foi motivada por uma melhora das perspectivas dos empresários em relação aos próximos meses. O resultado sugere cautela observando demanda ainda fraca no momento, mas o ambiente macroeconômico de desaceleração da inflação, perspectivas de redução na taxa de juros e as medidas para redução do endividamento devem contribuir para melhorar a atividade do setor nos próximos meses. Mas é importante frisar que a sustentabilidade de recuperação do mercado de trabalho é essencial para que essas perspectivas se efetivem numa melhora do ambiente nos próximos meses", avaliou Rodolpho Tobler, coordenador da Sondagem do Comércio no Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Em agosto, houve melhora na confiança em quatro dos seis principais segmentos do comércio. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) caiu 3,4 pontos, para 94,6 pontos. O Índice de Expectativas (IE-COM) aumentou 7,6 pontos, para 93,2 pontos.
"Nos últimos dois meses, o ISA-COM vem dando sinais de desaceleração da trajetória positiva iniciada em fevereiro. Nesse mesmo sentido, na média móvel encerrada em agosto, 30,7% das empresas afirmavam que a demanda insuficiente era um limitativo à expansão dos negócios. Esse porcentual não se mostra homogêneo quando se separa por tipo de bem. Nos segmentos de bens essenciais (hiper e supermercados, farmacêuticos e combustíveis), 19,4% reportaram esse fator, enquanto nos demais bens esse porcentual foi de 36,3%", disse a FGV.
Segundo Tobler, "os bens não essenciais acabaram sendo mais afetados pelo período de juros mais altos, afetando mais a demanda desse grupo".
A Sondagem do Comércio de agosto coletou informações de 732 empresas entre os dias 1º e 28 do mês.