O Índice de Confiança do Comércio (Icom) subiu 6,2 pontos na passagem de abril para maio, para 67,4 pontos, informou nesta segunda-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV). Nos dois meses anteriores, o índice tinha acumulado uma perda de 38,6 pontos e descido ao menor nível da série histórica.
"Os efeitos da pandemia de coronavírus continuam impactando as empresas do comércio após a forte queda da confiança de abril. Apesar da alta no mês, esse resultado pode ser visto como uma acomodação em patamar muito baixo, dado que esse resultado positivo recuperou apenas 16% da confiança perdida desde março. Ainda não é possível observar cenário de recuperação consistente devido ao elevado nível de incerteza e à grande cautela por parte dos consumidores, que informam estarem comprando apenas o essencial neste momento", avaliou Rodolpho Tobler, coordenador da Sondagem do Comércio no Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Em maio, houve melhora na confiança em todos os seis principais segmentos do comércio. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) avançou 8,4 pontos, para 69,3 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE-COM) subiu 3,7 pontos, a 66,9 pontos, o segundo menor patamar da série histórica iniciada em março de 2010.
Em médias móveis trimestrais, os revendedores de bens essenciais – hipermercados e supermercados, alimentos, bebidas e artigos farmacêuticos – registraram alta de 0,7 ponto no ISA-COM em maio ante abril, sugerindo que a pandemia não parece ter afetado tanto suas avaliações sobre o momento atual.
Entre os revendedores dos demais itens, o ISA-COM recuou 15,1 pontos em maio ante abril. "O resultado sugere que as vendas do setor continuam com ritmo muito baixo, à exceção dos segmentos essenciais", ressaltou a FGV, na nota.
A coleta de dados para a edição de maio da Sondagem do Comércio foi realizada entre os dias 4 e 22 do mês e obteve informações de 667 empresas.