O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), medido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), subiu 4,1% em novembro ante outubro, atingindo 108 pontos, informou nesta quinta-feira, 19, a entidade. Foi o segundo mês seguido em que o indicador ficou no patamar de otimismo (acima de 100 pontos). Na comparação com novembro de 2019, houve queda de 11,9%.
"O indicador segue se recuperando após a mínima histórica em junho, mas a taxa de variação mensal é a menor registrada desde agosto. A confiança do comércio ainda está 20 pontos abaixo do nível pré-pandemia", diz a nota divulgada pela CNC. Para a entidade, "a redução do valor do auxílio emergencial e pressões sobre os preços, principalmente de produtos essenciais, têm influência na desaceleração do crescimento".
No desagregado, os subíndices que captam as percepções sobre o momento atual e no curto prazo chamaram a atenção. O subíndice referente à satisfação dos comerciantes com as condições atuais avançou 10,4% e chegou a 78,6 pontos, no quarto avanço seguido. Mesmo assim, esse subíndice ainda está 19,3% atrás do nível verificado em novembro de 2019.
Em relação à economia como um todo, os empresários do comércio se mostraram 11,3% mais satisfeitos do que em outubro – item com o maior crescimento mensal entre todos os analisados pela pesquisa.
O indicador que avalia as expectativas no curto prazo é o único acima dos 100 pontos, após avançar 1,3% em novembro, a quinta alta seguida, alcançando 150,7 pontos. Isso indica que os comerciantes estão otimistas para os meses à frente em relação à economia (+1,2%) e ao desempenho do comércio (+1,1%) e da própria empresa (+1,6%).
Também subiu (3,9%) o índice que mede as intenções de investimento, na quarta alta seguida, chegando a 94,6 pontos. A intenção de contratação de funcionários foi outro destaque, subindo 4,6%, chegando a 125,6 pontos e retornando ao nível pré-pandemia. A proporção dos comerciantes que pretendem aumentar o quadro de funcionários aumentou de 65%, em outubro, para 72,4%, em novembro. "Impulsionada pela proximidade das festas de fim de ano, a intenção de contratar pelo comércio avançou em todas as regiões do País", diz a nota da CNC.
Na composição do Icec, o indicador dos estoques foi o único entre os componentes da pesquisa que registrou queda em novembro, de 0,6%, a segunda consecutiva. Entre agosto e setembro, o índice havia apresentado a primeira melhora em sete meses, o que não se sustentou, segundo a CNC.
"O fechamento das lojas nos segmentos considerados não essenciais tornou os estoques obsoletos em grande parte dos estabelecimentos do comércio no País e, mesmo com o aumento das vendas pelos canais digitais, a restrição ao fluxo de pessoas para conter a disseminação da covid-19 oprimiu as vendas físicas", diz a nota da CNC.