Os comerciantes brasileiros ficaram mais pessimistas em abril, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) recuou 6,4% em relação a março, para 95,7 pontos, o quinto recuo consecutivo.
Com o resultado, o indicador voltou à zona de insatisfação, abaixo de 100 pontos. Na comparação com abril de 2020, o indicador recuou 20,7%.
Segundo a CNC, a piora na confiança do empresariado a despeito da retomada do pagamento do auxílio emergencial em abril é reflexo do recrudescimento da pandemia e da necessidade de endurecimento das medidas restritivas. A entidade defende como solução o avanço na imunização da população contra a covid-19.
Na passagem de março para abril, todos os três componentes do Icec apresentaram perdas pelo terceiro mês seguido. O componente que mostra a avaliação das condições atuais do empresário do comércio encolheu 9,6%, para 67,6 pontos. Já as expectativas do empresariado caíram 6,2%, para 132,0 pontos. O componente de intenções de investimentos recuou 4,1%, para 87,5 pontos.
A CNC menciona ainda uma "tempestade perfeita", devido a problemas de estoques, crédito e pressão de custos.
"Há problemas para conseguir repassar aumento de custos para os preços finais, quando se há famílias mais endividadas. Além disso, o crédito está mais caro, há incertezas políticas, demora com reformas do Estado, dólar alto e consumidores cautelosos quanto a extrapolar gastos", acrescentou Antonio Everton, economista da CNC responsável pela pesquisa, em nota oficial.
O porcentual de empresários que consideravam os estoques em volume compatível com a demanda diminuiu de cerca de 61,2% em abril de 2020 para 56,7% em abril de 2021, "demonstrando incertezas e dificuldades para fazer o ajuste do volume de produtos da empresa com o mercado".