O Índice de Confiança da Construção (ICST), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), recuou 5,1% em maio ante abril, alcançando 72,9 pontos. Esse é o menor nível da série iniciada em julho de 2010. O resultado sucede uma queda de 7,8%, em março, e uma alta de 0,5%, em abril. Em relação ao mesmo mês do ano passado, o ICST despencou 32,1%.
A piora do índice em maio resultou da falta de confiança do empresariado tanto em relação ao estado atual dos negócios quanto às expectativas para os meses seguintes. Segundo a FGV, o Índice da Situação Atual (ISA-CST) caiu 6,2%, após ter recuado 3,1% em abril, alcançando 59,4 pontos, recorde negativo histórico. Já o Índice de Expectativas (IE-CST) apresentou queda de 4,3%, após crescer 3,3%, em abril, alcançando 86,4 pontos.
A queda do ISA-CST, em maio, foi influenciada principalmente pelo indicador que mede o grau de satisfação das empresas com a situação atual dos negócios, que declinou 7,4% em relação ao mês anterior, atingindo 60,0 pontos. O recuo do IE-CST foi provocada, principalmente, pela queda de 4,4% do quesito que capta a expectativa em relação à evolução da demanda nos três meses seguintes.
No comunicado à imprensa, a coordenadora de Projetos da Construção da FGV/IBRE, Ana Maria Castelo, escreve que a queda na demanda está se traduzindo em uma severa redução da atividade setorial. Este cenário se complica com as dificuldades em relação ao crédito. “Além das famílias, que estão sofrendo com a elevação das taxas de juros, as empresas também estão reportando aumento da dificuldade de acesso ao crédito a cada sondagem, o que afeta diretamente as possibilidades de recuperação do setor”, afirma em nota Ana Maria.
O acesso mais difícil ao crédito ficou evidente na sondagem da construção. Segundo a FGV, os segmentos que dependem do crédito ou que estão vinculados a obras públicas estão entre os que mais sofreram. No segmento de Edificações, o indicador variou -8,3%, em relação ao mês anterior; em Obras Especiais e em Obras Viárias, as quedas foram de 7,5% e 7,4%, respectivamente. “Os cortes nos investimentos, a indefinição do Plano Investimento em Infraestrutura e as restrições à concessão de crédito bancário estão se refletindo na confiança dos segmentos da construção”, escrevem os analistas do Ibre-FGV.