O Índice de Confiança da Construção (ICST) recuou 0,7 ponto em dezembro na comparação com novembro, para 68,9 pontos, na série com ajustes sazonais, divulgou nesta terça-feira, 22, a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Na comparação com dezembro de 2014, o ICST registrou retração de 19,1.
Em dezembro, a baixa do índice na comparação com novembro decorreu, principalmente, da piora da percepção do empresariado em relação à situação futura dos negócios. O Índice de Expectativas (IE) caiu 2,6 pontos, para 70,3 pontos em dezembro, o nível mais baixo da série histórica iniciada em julho de 2010. O resultado do IE foi consequência da baixa de 4,0 pontos no item que mede tendência dos negócios para os próximos seis meses, que chegou ao 70,3 pontos.
Já o Índice da Situação Atual (ISA), que mede a percepção das empresas quanto à situação corrente dos seus negócios, subiu pelo segundo mês consecutivo, para 68,0. Segundo a FGV, a maior contribuição para a alta do ISA em dezembro veio do indicador que capta informações sobre a carteira de contratos no momento, que subiu 2,9 pontos em relação ao mês anterior, atingindo 68,6 pontos. “Este indicador, no entanto, permanece muito abaixo da média histórica e do patamar observado há um ano”, observa a instituição.
Na avaliação de Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção da FGV/IBRE, houve uma pequena melhora na percepção corrente dos negócios, porém outros fatores contribuem para o mau momento do setor, como persistente excesso de estoques no mercado imobiliário, o ajuste fiscal e a queda na arrecadação, que penalizam a infraestrutura e levam ao adiamento dos planos de investimentos das empresas. “Assim, as expectativas das empresas voltaram a piorar neste final de ano, atingindo a confiança. Os empresários chegam ao final do ano bastante pessimistas em relação à possibilidade de reversão da crise setorial no curto prazo”, avalia.