A confiança da indústria, medida pela Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu 1,3 ponto em março ante fevereiro, alcançando 101,7 pontos, o melhor nível desde agosto de 2013 (101,9 pontos). Com o resultado, o indicador teve média de 100,5 pontos no primeiro trimestre, superando em 2,9 pontos o trimestre anterior.
O avanço no mês foi proporcionado por melhores avaliações sobre a situação atual e em relação às expectativas, permitindo que os dois índices ficassem acima do nível neutro de 100 pontos pela primeira vez desde setembro de 2013. “Após quase cinco anos com prevalência de respostas desfavoráveis e pessimistas na pesquisa, o setor industrial brasileiro retorna a uma situação de normalidade em relação às avaliações sobre a situação atual e às perspectivas para o futuro próximo”, avaliou a coordenadora da Sondagem da Indústria na FGV, Tabi Thuler Santos.
O Índice de Expectativas (IE) subiu 1,4 ponto, para 102,8 pontos, maior nível desde junho de 2013 (104,9 pontos). Já o Índice de Situação Atual (ISA) avançou 1,2 ponto, para 100,6 pontos.
No ISA, a principal influência de alta foi do indicador que mede o nível da demanda, que após acumular queda de 0,8 ponto nos últimos dois meses, cresceu 3,9 pontos em março, com melhora no mercado interno e externo, atingindo 100,2 pontos, o maior nível desde outubro de 2013 (101,5 pontos). A parcela de empresas que avalia o nível de demanda como forte aumentou de 11,3% para 12,8%, enquanto a parte dos empresários que o considera fraco caiu, de 22,9% para 19,8%.
Quanto ao IE, a maior contribuição foi do indicador de expectativas com a evolução do pessoal ocupado nos três meses seguintes, que teve alta de 4,1 pontos, para 103,5 pontos – o maior desde outubro de 2012 (105,1). Houve aumento da proporção de empresas prevendo aumento do quadro de pessoal, de 20,6% para 22,6%, e diminuição da parcela das que esperam redução, de 12,0% para 9,5%.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) continuou em elevação em março, subindo 0,5 ponto porcentual, para 76,1%, o patamar mais alto desde maio de 2015 (76,6%). Na métrica trimestral, o Nuci avançou 0,9 ponto no primeiro trimestre ante o quarto trimestre, para 75,5%.
“Outro ponto de destaque da pesquisa é a continuidade do processo de recuperação da demanda no mercado interno e do nível de utilização da capacidade instalada, indicadores perderam muito nos últimos anos e demoraram a dar sinais de recuperação consistente”, completa Tabi.
A edição de março de 2018 coletou informações de 1.066 empresas entre os dias 1º e 22 deste mês. A próxima divulgação da Sondagem da Indústria ocorrerá em 26 de abril de 2018. A prévia deste resultado será divulgada no dia 19 de abril.