Os combates entre forças da Ucrânia e separatistas pró-Rússia aumentaram durante a noite de ontem e as primeiras horas desta terça-feira próximo ao reduto rebelde de Donetsk, apesar de um acordo firmado nesta segunda-feira entre os ministros das Relações Exteriores da Ucrânia e da Rússia.
O conflito militar que já dura um ano custou mais de 6 mil vidas e deixou grande parte do coração industrial ucraniano em ruínas.
A luta no leste do país havia diminuído na sequência de um cessar-fogo assinado em fevereiro, mas reacendeu nos últimos dias.
Pesados bombardeios foram ouvidos em Donetsk na segunda-feira à noite e nas primeiras horas de terça-feira. O porta-voz militar ucraniano, Andriy Lysenko, disse em entrevista a uma TV local que seis soldados foram mortos e outros 12 ficaram feridos em um período de 24 horas. Os rebeldes relataram um morto e cinco feridos nos confrontos.
O número de mortos é o maior em um único confronto desde a assinatura do cessar-fogo, em fevereiro.
Lysenko também relatou mortes de civis, incluindo dois adolescentes que foram feridos em bombardeios na região de Horlivka, a norte de Donetsk.
A Rússia e a Ucrânia concordaram nesta segunda-feira em Berlim em pedir a retirada de armas de menor calibre das linhas de frente do conflito.
Além desses relatos, um jornalista russo foi ferido ontem de manhã quando pisou em uma mina terrestre em Shyrokyne, uma aldeia próxima ao Mar de Azov, que foi o epicentro dos recentes combates. Andrei Lunev, um cinegrafista que trabalha para a emissora de TV Zvezda, recebeu os primeiros socorros no local e foi levado para o hospital mais próximo.
A aldeia de Shyrokyne mudou de mãos várias vezes desde o início do conflito.
Apoio internacional
O Canadá informou nesta terça-feira que vai enviar 200 soldados para a Ucrânia em uma missão com duração de dois anos para treinar e aconselhar as forças armadas de Kiev na luta contra os rebeldes separatistas.
O primeiro-ministro do Canadá, o conservador Stephen Harper, afirmou que as tropas canadenses ficarão no oeste da Ucrânia, próximo à fronteira com a Polônia, até 31 de março de 2017. Os combatentes vão ensinar técnicas sobre manipulação de explosivos, segurança de voo e logística. Fonte: Associated Press e Dow Jones Newswires.