A pista principal do Aeroporto de Congonhas, na cidade de São Paulo, será a primeira da América Latina a contar com a tecnologia do Sistema de Desaceleração com Materiais Projetados (EMAS, na sigla em inglês), estrutura que cria uma nova área de escape com blocos de concreto que se deformam quando uma aeronave ultrapassa o limite final da pista. A obra será viabilizada com recursos do governo federal. A ordem foi assinada na quarta-feira, 10, pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.
O investimento é de R$ 122,5 milhões e será feito pela Infraero, empresa que administra o aeroporto. Segundo o ministro, o investimento na nova estrutura é "sobretudo em segurança".
"Já investimos na pista com a camada porosa de atrito, que aumenta a aderência das aeronaves e elimina o problema de aquaplanagem, e agora o EMAS, que será instalado nas duas cabeceiras", afirmou Freitas. De acordo com o dirigente, o novo sistema de segurança de pista agrega valor ao aeroporto, que será concedido em 2022.
O consórcio vencedor do processo licitatório foi Kibag/Conserva, formado pelas empresas Kibag Brasil, Conserva de Estradas e Kibag Airfield Construction AG. Em Congonhas, a nova área de escape foi dimensionada para desacelerar aeronaves em procedimento de pouso que vierem a ultrapassar os limites da pista, conforme as normas da aviação civil do País.
O EMAS é uma tecnologia que permite ampliar a segurança operacional em aeroportos com espaços limitados. O sistema funciona para desacelerar aeronaves que ultrapassam o final da pista por meio do esmagamento de blocos de concreto.
"A profundidade do EMAS aumenta quanto mais se avança pela área coberta, fornecendo um arrasto maior, trazendo ainda mais segurança para um aeroporto estratégico para a aviação do País", explica o presidente da Infraero, Hélio Paes de Barros Júnior.
A expectativa é que a obra seja executada em 16 meses e deixe a pista principal com duas novas áreas de escape: uma de 70m x 45m na cabeceira 17R, e outra de 75m x 45m na cabeceira 35L. Ainda, o projeto prevê obras complementares nas pistas de taxiamento nas regiões próximas aos EMAS.
A tecnologia foi desenvolvida na década de 1990 e já é adotada em aeroportos da Europa, Ásia e Estados Unidos.