Diante de promessas de obstrução da oposição, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) adiou mais uma vez a votação do relatório preliminar da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). O tema voltará a ser discutido apenas no início de agosto e os parlamentares entrarão a partir da semana que vem no chamado “recesso branco” – quando, apesar de oficialmente funcionando, o Congresso praticamente suspende suas atividades por falta de quórum.
Numa reunião entre as lideranças da Comissão Mista de Orçamento, o DEM e o PSDB disseram que bloqueariam os trabalhos nesta tarde. O argumento é que a aprovação final da LDO até esta quinta-feira, 17, prazo previsto em lei para que o Parlamento entre em recesso, já era praticamente impossível; dessa forma, não havia razão em se votar o relatório preliminar hoje, sendo que ainda faltam diversas etapas para que o processo seja concluído.
A oposição também trabalhou para impedir a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias para que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura denúncias de irregularidades na Petrobras não deixe de funcionar nos próximos 15 dias – como ocorreria caso houvesse recesso formal.
Apesar da alta probabilidade de não haver comparecimento de parlamentares para dar seguimento aos trabalhos na CPMI, a manobra serve para que os adversários do Planalto marquem posição. “A gente coloca para a sociedade que há por parte do governo a tentativa de obstruir a investigação. Vamos nos fazer presentes e é algo que vai ficar exposto na própria sociedade brasileira”, disse o deputado Mendonça Filho (DEM-PE).