No dia 28 de dezembro, estreia em Guarulhos e em todo o Brasil, o Mamonas Assassinas, o filme.
O longa foi todo rodado em Guarulhos no início deste ano com mais de 70 locações. Guarulhos, a partir do filme, será conhecido pelo resto do Brasil e do mundo já que o mesmo terá distribuição em vários países dos diferentes continentes.
“A cidade abraçou o projeto, o que colaborou para que pudéssemos fazer um filme com muita riqueza de detalhes trazendo fidelidade à narrativa da história”, conta Walkiria, produtora do filme.
“O apoio da Prefeitura de Guarulhos foi e essencial durante as filmagens e agora para o lançamento do filme nos auxiliando na logística de fechamentos de ruas, cedendo espaços para a filmagem, nos apresentando parceiros locais e muitos mais para contarmos essa história tão icônica”.
Em 1990 Dinho, Sérgio, Samuel, Julio e Bento eram apenas jovens que moravam em Guarulhos com pouco dinheiro. Nem poderiam imaginar que poucos anos depois estariam reunidos no maior fenômeno musical brasileiro da década, os Mamonas Assassinas. Essa é a história dessa transformação.
Os cinco rapazes eram típicos garotões de classe média baixa que abandonaram os estudos para trabalhar já que a renda delas era necessária a suas famílias. Vivem próximos, na área que compreende o conjunto habitacional conhecido como CECAP no miolo da cidade de Guarulhos, bem embaixo da rota dos aviões que chegam e partem do aeroporto internacional.
Os irmãos Sérgio e Samuel criaram o Ponte Aérea, um conjunto que tocava em Churrascarias. Desistiram dele e, agregando Bento e um tecladista montaram o Utopia, um conjunto que não alcançou destaque na mídia mas formou um público fiel no circuito alternativo de Guarulhos.
Num show aceitaram cantar músicas que o público pedia mas ao chegarem numa música em inglês perguntaram se alguém do público sabia a letra Um rapaz magro e animado gritou se levantando: — Eu, eu. Era Dinho. Seu carisma ficou evidente, o publico gostou dele.
Demorou um pouco para Sérgio ser convencido a aceitar Dinho no conjunto, mas o baterista finalmente admitiu que Dinho era um bom acréscimo. Começaram a fazer shows no interior de São Paulo, ampliando o raio de ação o que era um problema para manterem seus empregos de horário comercial. Resolveram juntar dinheiro para gravarem um disco independente.
Conheceram o produtor musical Enrico Costa que alugava seu estúdio para gravações. Rico gostou dos rapazes e da música deles, mas tinha alguns conselhos para eles que não foram bem recebidos no início.
O disco saiu e foi um fracasso retumbante. Os rapazes pensaram em focar em outra coisa, cada um para um lado, mas desta vez ouviram Rick. Ele apontou que as músicas que usavam para aquecimento, compostas por eles, eram mais interessantes que a do disco do Utopia. Que o humor deles, deboche inteligente e moderno eram o melhor que eles tinham e deviam focar nesse caminho. A partir daí, nascia o Mamonas Assassinas.
Um diretor de uma grande gravadora, amigo de Rico, concordou em ver um show montado especialmente para ele e aparentemente começava um conto de fadas.
O disco estourou, pegou o Brasil de surpresa. Crianças e jovens adoravam o conjunto desbocado, divertido e crítico de tudo.
A transformação de office boys em estrelas da mídia em alguns momentos foram difíceis. Choques aconteceram no grupo, mas ele sobreviveu ao sucesso e não rachou como muitos esperavam. Foi um caminho até doloroso as vezes mas tudo estava resolvido quando foram para Brasília encerrar a turnê. Iam viajar na semana seguinte para o início de uma carreira internacional.
O voo de volta foi engraçado, todos respirando aliviados depois de tanto trabalho. O avião, porem, se chocou contra um dos morros que circundam o aeroporto de Guarulhos. Os rapazes morreram, mas o mito nascia.