A conselheira da Petrobras representante dos empregados, Rosângela Buzanelli, criticou em seu blog a forma como foi anunciada a troca do presidente da maior estatal brasileira, mas defendeu que a atual política de preços da companhia seja abandonada, para que a empresa possa ser "redirecionada às suas origens e missão" "Pois gostem ou não, a Petrobras é uma empresa brasileira e estatal", afirma.
Dizendo que o Conselho foi surpreendido com o anúncio da troca pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, na sexta-feira,19, e sem abordar sobre quem entra ou quem sai, Buzanelli classificou como "mais um desrespeitoso ato presidencial, típico de alguém sem nenhum preparo para o cargo que ocupa, conforme sistematicamente comprovado pelo cenário socioeconômico, sanitário e político do País", disparou.
A conselheira ressaltou que as últimas administrações da Petrobras foram marcadas pela política de preços paritários de importação (PPI), o que prejudica "desnecessariamente a sociedade brasileira", e pela redução de investimentos da companhia aliada à venda de ativos.
Segundo ela, está havendo uma desintegração vertical e nacional da Petrobras, com a única finalidade de remunerar os acionistas, o que precisa ser mudado.
Voto contrário nas vendas da companhia nas reuniões do Conselho, Buzanelli considera que a estatal tem "um papel social e desenvolvimentista importantíssimo para o País", e que deve exercer esse papel para gerar empregos e garantir o abastecimento do território nacional, "de dimensões continentais, a preços justos", afirma.
"A Petrobras não é dos acionistas, dos fundos de investimentos, ou do governo de plantão. A Petrobras é do Estado brasileiro, do seu povo que lutou pela sua criação, a construiu e a agigantou, alçando-a ao podium (sic) das maiores e melhores do mundo no setor, premiada internacionalmente várias vezes", argumentou a conselheira.