O empresário Abilio Diniz e os fundos de pensão Previ (Banco do Brasil) e Petros (Petrobras) não chegaram a um acordo acerca da apresentação de uma chapa única para o Conselho de Administração da BRF, depois de uma longa reunião do colegiado, dividida entre quinta e sexta. Foi apresentada uma chapa alternativa para disputar com a já indicada pelos fundos de pensão no mês passado.
Segundo ata da reunião do conselho, houve um “esforço dos conselheiros presentes à reunião na busca de um consenso”, mas não foi possível a consumação, “pelas dificuldades apresentadas pelo conselheiro Francisco Petros”, que não compareceu à reunião. O conselheiro é representante da Petros ao conselho da BRF.
A ata diz que, sem o consenso, a maioria dos conselheiros decidiu pela apresentação de uma segunda chapa. O grupo é formado por Luiz Fernando Furlan, apontado como presidente do conselho, Walter Malieni Jr, Augusto Marques da Cruz Filho, Roberto Rodrigues, Jose Luiz Osório, Roberto Antônio Mendes, Dan Iochen, Vasco Augusto Pinto da Fonseca Dias Júnior, Flávia Almeida, nome de confiança de Abilio e José Aurelio Drummond, presidente executivo da BRF. A votação será realizada no dia 26 de abril e os acionistas deverão escolher entre uma das duas chapas que foram apresentadas até agora.
Ontem, a assessoria de imprensa da Península Participações, empresa de investimento privado fundada por Abilio, enviou uma declaração do empresário: “Trabalhei muito esses dois dias para unir acionistas e conselho em torno de uma chapa única, pois entendo que a união é o primeiro passo para a jornada de retomada de valor da BRF.” Há dias, havia uma expectativa de que o presidente do colegiado, Abilio Diniz, apresentasse carta de renúncia, após negociação com os fundos de pensão acionistas da empresa. A atuação de Abilio como presidente do conselho BRF vem sendo criticada por acionistas desde que a empresa registrou o primeiro prejuízo, em 2016.