O presidente Jair Bolsonaro exonerou Carlos Marun do cargo de conselheiro da Itaipu Binacional e nomeou para ocupar o seu lugar a ex-governadora do Paraná Maria Aparecida Borghetti, que é esposa do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), defensor da contratação de parentes de políticos para cargos públicos.
Em fevereiro, o marido da nova conselheira da estatal disse ao <i>Estadão</i> que "o poder público poderia estar mais bem servido, eventualmente, com um parente qualificado do que com um não parente desqualificado". O nepotismo, que é proibido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por violar o princípio constitucional da impessoalidade na administração, vem sendo questionado em várias frentes. Mas, com Arthur Lira (Progressistas-AL) à frente da Câmara, o Centrão ganhou musculatura para pregar mudanças na Lei de Improbidade Administrativa, que hoje pune a prática. A proposta é apoiada por Barros.
Carlos Marun foi ministro do ex-presidente Michel Temer e, ao deixar o cargo, foi nomeado para o Conselho de Administração da Itaipu ainda na gestão de Temer. No ano passado, ele havia sido reconduzido ao posto de conselheiro da empresa por Bolsonaro para um mandato que se encerraria em 2024.
Em nota, Marun agradeceu Temer e Bolsonaro pela nomeação na função e disse que sua substituição é "resultado de um diálogo que já acontecia há mais de 40 dias". A troca está publicada no <i>Diário Oficial da União (DOU)</i> desta quinta-feira.