O Conselho Deliberativo do Corinthians se reúne nesta terça-feira, às 19 horas, no Parque São Jorge, em São Paulo, para votar a previsão orçamentária de 2019. Dos 318 conselheiros do clube, a expectativa é que 250 compareçam e que a maioria aprove o relatório prévio elaborado pela atual diretoria.
O Estado revelou na última semana alguns números desse documento. Nele, havia quatro pontos na introdução para explicar quais foram os “critérios e premissas adotados”. Resumidamente, o primeiro ponto admite que o clube colocará o pé no freio mantendo “o nível das despesas e custos em linha com os valores realizados em 2018, com uma leve queda e sem incrementos significativos ainda que considerados os índices de inflação previstos”.
O segundo pede que sejam mantidos os investimentos em formação de atletas nos mesmos níveis do triênio 2016/2017/2018. Também coloca como ponto chave a busca por patrocinadores “cujos níveis estiveram abaixo do previsto no biênio 2017/2018”.
Por fim, informa que tentará reduzir as despesas financeiras baseando-se nas renegociações de contratos e na implementação de gerenciamento ativo do fluxo de caixa realizadas em 2018.
As receitas com patrocínios são um dos exemplos de frustração que levaram a um comedimento em relação ao que se espera na próxima temporada. O Corinthians tinha a previsão de faturar R$ 87,2 milhões neste ano. Mas o orçamento ajustado, que representa o balancete de janeiro a setembro e mais a projeção dos três últimos meses de 2018, alcança apenas R$ 38,7 milhões.
Essa diferença para menos de 55,5% fez a diretoria financeira baixar a expectativa para 2019 para R$ 64 milhões com patrocinadores – vale lembrar que desde abril de 2017 o clube não consegue negociar a parte mais nobre da camisa.
Outro número que explica a tentativa de contenção da atual gestão está nos valores que envolvem a negociação de jogadores. Nem mesmo o faturamento de R$ 110 milhões com a venda de atletas ajudou o clube a fechar o ano no azul. A previsão para dezembro é que o Corinthians feche com déficit de R$ 26,3 milhões.
A estimativa é que a reunião dure por volta de três horas. O principal ponto de questionamento da oposição é a falta de transparência nas contas da Arena Corinthians, em São Paulo. Na última semana, o grupo Movimento Corinthians Grande solicitou via redes sociais reivindicaram cinco documentos para explicar as despesas e receitas do novo estádio.