Economia

Conselho só investigará novas suspeitas contra Cunha se houver aditamento

O presidente do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, José Carlos Araújo (PSD-BA), afirmou nesta segunda-feira, 30, que o colegiado só investigará as suspeitas de que o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), favoreceu o banco de investimentos BTG Pactual durante a votação da Medida Provisória 608/2013 se for acionado por algum partido. Segundo ele, para que o assunto passe a ser alvo do Conselho, alguma legenda deve apresentar um aditamento à representação por quebra de decoro parlamentar já protocolada em outubro ou uma nova representação.

Documento colhido em buscas feitas na casa de Diogo Ferreira, assessor do líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), cita pagamento de R$ 45 milhões feito pelo BTG Pactual a Cunha relativo à emenda apresentada pelo peemedebista que beneficiaria o banco de André Esteves. O texto aparece no verso de um documento que seria o roteiro de uma das reuniões em que Delcídio tentou comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. O banqueiro e o senador foram presos na última quarta-feira, 25, sob acusação de estarem tentando atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato.

Araújo afirmou que a divulgação do texto nesse domingo, 29, pela imprensa não deve alterar os trabalhos do Conselho de Ética. Na tarde desta terça-feira, 1º, o colegiado deve votar o parecer do relator da representação contra Cunha, deputado Fausto Pinato (PRB-SP). Ele votou pela admissibilidade do processo contra o presidente da Câmara. Mesmo não tendo a ver com o motivo da primeira representação, alguns integrantes do Conselho ouvidos pelo Broadcast Político avaliam que a divulgação do texto pode influenciar negativamente o voto deles contra Cunha.

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