O consórcio constituído pelas empresas Serveng Civilsan, Engeform e PB Construções foi o vencedor da licitação para a elaboração de projeto e execução das obras da interligação entre as represas Jaguari, na Bacia do Paraíba do Sul, e Atibainha, no Sistema Cantareira. O consórcio venceu com uma oferta de R$ 550 milhões, cerca de 33% abaixo do investimento inicial previsto de R$ 830 milhões.
Nove consórcios participaram da licitação, realizada nesta quarta-feira, 1º, incluindo os grupos Queiroz Galvão, Odebrecht e Andrade Gutierrez, envolvidos na Operação Lava Jato.
A proposta vencedora foi contestada pelos outros participantes durante o pregão eletrônico, disponibilizado no site da Sabesp, por estar muito abaixo do valor inicial previsto. A média das ofertas feitas pelas construtoras foi de R$ 863 milhões, sendo que uma das propostas – da Cetenco Engenharia – considerou um investimento de R$ 1,3 bilhão.
Uma fonte disse ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, que os projetos e a obra da interligação são “inexequíveis” no valor considerado pelo consórcio vencedor. As concorrentes terão cinco dias úteis para entrar com recursos. Durante o pregão, três consórcios já manifestaram que vão recorrer.
No fim do mês passado, a presidente Dilma Rousseff e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, celebraram a assinatura do contrato de financiamento de R$ 747,4 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à obra, que deve ser concluída em 2017. O 10% restante para chegar no investimento inicial de R$ 830 milhões seria financiado pela Sabesp. O lance vencedor na licitação desta quarta, portanto, considera um investimento menor do que o financiamento do BNDES.
A obra vai interligar a Represa Jaguari, localizada na Bacia do Paraíba do Sul, que corta os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, à Represa Atibainha, que já faz parte do Sistema Cantareira. A transferência de água no sentido da Jaguari para a Atibainha deve começar a funcionar 18 meses após a assinatura do contrato.
A interligação está na lista das obras prioritárias para garantir, nas próximas décadas, o abastecimento não apenas da Grande São Paulo, mas também da Região Metropolitana de Campinas, da Baixada Santista e do Vale do Paraíba.