A concessionária responsável pela construção da Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo anunciou nesta segunda-feira, 5, a suspensão das obras por tempo indeterminado alegando “dificuldades na contratação de financiamento”. Com 15,3 km e 15 estações ligando a Brasilândia, zona norte da capital, a São Joaquim, zona sul, a linha começou a ser construída no ano passado e seria entregue em 2021, com três anos de atraso.
Em nota, a concessionária Move São Paulo, formada pelas empresas Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC Engenharia, afirmou que uma linha de crédito que ainda não foi liberada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) era uma “condição indispensável à continuidade do projeto”. Todas as empreiteiras do consórcio estão envolvidas na Lava Jato.
“A decisão resguarda o interesse público na medida em que mitiga danos à viabilidade do empreendimento e preserva as atividades já executadas, com investimentos da ordem de R$ 2,7 bilhões”, afirma a Move São Paulo. “No momento, a concessionária negocia junto ao BNDES e ao governo do Estado de São Paulo alternativas para o reequilíbrio da Parceria Público-Privada (PPP) de implantação da Linha 6-Laranja de metrô”, completa.
A Linha 6-Laranja é a primeira PPP integral de metrô, que prevê a construção e operação de uma linha pelo setor privado. Segundo a concessionária, o processo de desapropriação, o atendimento à comunidade e a logística para recebimento dos tatuzões já adquiridos serão mantidos. Quando for concluída, a Linha 6 deve transportar mais de 633 mil pessoas por dia e fará conexões com as linhas 1-Azul e 4-Amarela do metrô e 7-Rubi e 8-Diamante da CPTM.