A votação para a nova Constituinte na Venezuela perdeu qualquer vestígio de legitimidade e o processo eleitoral carece de veracidade. A avaliação é do secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), o uruguaio Luis Almagro, que não reconheceu o resultado do pleito.
“Os processos de verificação técnica sobre o padrão eleitoral, as urnas eletrônicas e o sistema de verificação de resultados foram inexistentes. Desta forma, é impossível que a autoridade eleitoral nos dê resultados confiáveis”, escreveu Almagro, em texto publicado no site da instituição.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, convocou para este domingo a eleição de uma Assembleia para reescrever a Constituição do país. O Conselho Nacional Eleitoral, ligado ao governo, disse que oito milhões de pessoas foram às urnas. A oposição boicotou o pleito e calculou que os votos somaram pouco mais de um milhão e meio.
De acordo com o chefe da OEA, o pouco comparecimento dos venezuelanos às urnas dão sinais de que o que se viu no domingo não foi um processo eleitoral e “muito menos uma festa cívica”.
“Uma eleição legítima não pode se dar em um ambiente de repressão e violência. A coação e a compra de votos foi evidente. O princípio da liberdade de voto foi violado de maneira flagrante”, denunciou Almagro.
Ao menos morreram 119 pessoas morreram direta ou indiretamente nos protestos contra o governo Maduro desde 1º de abril.