A mediana da inflação esperada pelos consumidores para os próximos 12 meses ficou estável aos 4,7% em outubro, ante um resultado também de 4,7% obtido em setembro, segundo o Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores, divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em relação a outubro de 2019, houve redução de 0,2 ponto porcentual.
"Apesar da pressão observada e esperada de alguns preços, como dos alimentos, a mediana da expectativa de inflação dos consumidores para os próximos doze meses, em geral, não se alterou. Entretanto, essa estabilidade pode ser considerada um resultado positivo, apesar do nível estar consideravelmente acima do consenso de mercado e da meta oficial. Para os próximos meses, com ausência de choques favoráveis e perspectiva de retomada gradual da economia e da demanda, é possível que haja um aumento das expectativas", avaliou Renata de Mello Franco, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Na distribuição por faixas de inflação, 48,5% dos consumidores projetaram em outubro valores abaixo da meta de inflação de 4,0% perseguida pelo Banco Central em 2020. Já a proporção de consumidores projetando inflação acima do limite superior da meta de inflação para 2020 (5,5%) subiu de 30,8% em setembro para 31,6% em outubro.
Na análise por faixas de renda, as expectativas medianas para a inflação nos próximos 12 meses subiram entre os dois grupos de famílias com maior poder aquisitivo. As duas faixas de renda com menor poder aquisitivo já tinham elevado as expectativas para a inflação nos meses anteriores, mostrando acomodação em outubro.
O Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores é obtido com base em informações da Sondagem do Consumidor. Aproximadamente 75% dos entrevistados respondem aos quesitos relacionados às expectativas de inflação.