A mediana da inflação esperada pelos consumidores nos próximos 12 meses ficou em 10,5% em junho, ante 10,3% em maio, informou na manhã desta sexta-feira, 24, a Fundação Getulio Vargas (FGV), que divulgou o Indicador de Expectativas Inflacionárias dos Consumidores. Com o avanço de 0,2 ponto porcentual (p.p.), foi quebrada uma sequência de três quedas no indicador.
Em nota, a FGV destacou que a alta de 0,2 p.p. está dentro da margem de erro estatístico e pode ter sido influenciada pelo “aumento anormal nos preços dos alimentos in natura” em maio. “Outro ponto que merece destaque é o aumento de 0,7 p.p. nas previsões de inflação dos consumidores no Rio de Janeiro, que pode estar refletindo uma expectativa de aumento de preços em virtude dos jogos Olímpicos que acontecerão na cidade”, diz a nota distribuída nesta manhã.
Em 2015, o IPCA, índice oficial de inflação, subiu 10,67%, a maior alta de preços desde 2002. No resultado prévio de junho, o IPCA-15 apontou avanço de 8,98% em 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a FGV, a maior elevação ocorreu na faixa de renda mais baixa, com alta de 0,6 p.p., alcançando 11,3%, o nível mais alto entre as quatro faixas pesquisadas.
“Considerando-se a distribuição de respostas, menos da metade dos consumidores pesquisados esperam inflação superior a 10% nos próximos 12 meses pela segunda vez consecutiva”, diz a nota. A FGV destacou que, antes de maio, isso não ocorria desde novembro de 2015.
O Indicador de Expectativas Inflacionárias dos Consumidores é calculado com base em dados obtidos no âmbito da Sondagem do Consumidor da FGV, que coleta mensalmente informações de mais de 2,1 mil brasileiros em sete das principais capitais do País. Cerca de 75% desses entrevistados respondem aos quesitos relacionados às expectativas de inflação.