Cidades

Consumo de água aumenta em 35% na cidade no mês de janeiro

Com escassez, população recorre a "mercado paralelo"

A forte onda de calor desde o começo do ano, com temperatura de 32 graus, fez o consumo de água na cidade aumentar em 35% somente em janeiro. Segundo o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), isso representa 108 mil metros cúbicos a mais no fornecimento diário em Guarulhos.

Devido a situação, a quantidade de bairros atingidos pelo rodízio de água, causado pela intermitência no abastecimento em determinados pontos, acompanhou o ritmo do consumo e também aumentou os dias com e sem água. E a perspectiva para os próximos dias deve se manter, já que a previsão é de que as temperaturas se mantenham em alta. Somente nesta quinta-feira podem ocorrer pancadas de chuva durante a tarde, quando são esperados cerca de 5 mm de chuvas.

Diariamente, o volume médio de consumo é de 310 mil m³ diários na cidade, ou 3.580 litros por segundo. O déficit de água acontece pelo consumo excessivo, prejudicando principalmente regiões localizadas em pontos mais altos. Para minimizar o problema, o Saae direciona água de setores com maior abastecimento para os bairros atingidos pela falta de água.

Mercado paralelo – Com a escassez no fornecimento de água por conta do aumento de consumo, os guarulhenses apelam para alternativas como pagar para um caminhão-pipa abastecer a região. É o que ocorre na Vila Rio de Janeiro, mais precisamente no Condomínio Fênix.

O administrador de empresas e síndico, Getúlio Vieira, 64, foi obrigado a custear dois caminhões-pipa de uma fornecedora particular nesta semana, a R$ 725,00 cada, para abastecer temporariamente os dez prédios do conjunto residencial, que abrigam 320 famílias. "Cada caminhão traz 7,5 mil litros de água, que duram de oito a 12 horas. Serei obrigado a ratear este valor entre os moradores", diz.

Vieira alega já estar habituado com o rodízio no fornecimento de água, que acontece a cada dois dias no bairro, e credita o problema ao grande número de obras residenciais na cidade. "Com a construção de novos edifícios na cidade, o Saae vêm suprimindo a água, a cerca de três meses", sugere.

O síndico explica que o Saae exige do condomínio a construção de um reservatório. "O Saae fornece água desde 2001 sem reservatórios subterrâneos. Passaram 10 anos somente no recalque da rede, enchendo 10 caixas de 25 mil litros. Como consumidores, deveríamos ser avisados com, no mínimo, 90 dias de antecedência", critica.

Saae contesta – Questionada, a assessoria de imprensa do Saae negou que haja comercialização de água por caminhão-pipa, somente reconheceu que a utilização deste equipamento é uma alternativa em casos de emergência. "É viável a utilização de caminhões-pipa quando a área afetada não é muito grande. Para grandes áreas, a utilização de caminhões-pipa é inócua, podendo gerar, inclusive, conflito entre os usuários que terão uma falsa expectativa de atendimento", definiu.

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