O consumo de energia elétrica encolheu 5,9% em janeiro ante igual mês de 2015, informou nesta quarta-feira, 2, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). O total de energia consumida ficou em 38.214 gigawatts-hora (GWh). O resultado negativo foi puxado principalmente pela indústria, embora todas as classes tenham demandado menos eletricidade no período.
Na indústria, a queda foi de 9,3% ante janeiro de 2015, a mais intensa desde 2010, segundo a EPE. Foram consumidos 12.546 GWh. Apesar dos avanços no ano passado, o setor de minerais metálicos exibiu retração de 20,3% na demanda por energia elétrica no período.
“Este resultado pode ser atribuído ao desastre ambiental de Mariana (MG) ocorrido em novembro, aos baixos preços dos minérios no mercado internacional e à menor atividade dos setores que utilizam o minério como matéria-prima”, diz a EPE.
Também consumiram menos energia os segmentos de automóveis (-12,8%), metalurgia (-9,9%), fabricação de papel e celulose (-3,0%) e produtos minerais não metálicos (-11,1%).
Na classe residencial, o consumo de energia elétrica encolheu 5,4% em janeiro ante igual mês de 2015, para 11.821 GWh. “Há um ano o consumo de eletricidade nas residências registrava crescimento de 6%, seguindo a tendência dos anos anterior – em 2013 e 2014 o aumento foi de 6% em média. No decorrer de 2015, contudo, a deterioração do cenário econômico atrelada ao aumento das tarifas de energia elétrica ocasionou a desaceleração do consumo.”
A temperatura mais branda neste início de ano também tem contribuído para que a energia elétrica não seja tão demandada pelas famílias, que precisam recorrer menos a equipamentos como ar condicionado e ventiladores, explicou a EPE.
Comércio
Na classe comercial, que inclui comércio e serviços, o consumo de energia caiu 3,7% ante janeiro do ano passado, o pior resultado na série de taxas mensais desde 2005. Foram demandados 7.756 GWh.
“Refletindo o cenário econômico desfavorável, o setor vem apresentando atividade fraca e expansão em menor ritmo. O consumo comercial de eletricidade, consequentemente vem apresentando nos últimos meses sucessivos decréscimos, reduzindo assim o avanço do consumo na classe: o montante acumulado em 12 meses não cresceu frente ao de mesmo período do ano passado”, afirma a EPE.