O consumo de energia elétrica pelas indústrias caiu pela primeira vez este ano em julho, segundo informa a Resenha Mensal da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), cedendo 0,7% em relação há um ano. A queda foi puxada principalmente pelos setores químico, minerais não metálicos e têxtil.
Já o consumo de eletricidade residencial manteve a liderança da trajetória de alta, registrando mais 4,7% do que em julho de 2022. A classe comercial também se manteve positiva, avançando 1,9% na mesma comparação, a menor taxa desde fevereiro.
De acordo com a EPE, no total o País teve aumento de 1,7% no consumo de energia elétrica em julho, oitava alta consecutiva, chegando a 41.942 gigawatts-hora (GWh). O mercado cativo subiu 1,2% em relação há um ano e o mercado livre, 2,5%.
O consumo industrial de energia elétrica caiu em 21 dos 37 setores pesquisados. Este comportamento, segundo a EPE, também foi observado entre os dez setores mais eletrointensivos da indústria, onde apenas três desses expandiram o consumo: metalurgia, em alta de 2,2%, impulsionada pela cadeia do alumínio primário no Maranhão; fabricação de produtos alimentícios, alta de 3,1%, com contribuição da elevação nas exportações de açúcares e melaços; e extração de minerais metálicos, com 5% de crescimento, puxada pela aceleração na produção de minério de ferro e de cobre da Vale.
Por outro lado, as maiores retrações foram observadas na fabricação de produtos químicos, queda de 10,8%, principalmente devido a interrupção temporária na produção em duas grandes unidades consumidoras em Alagoas e Bahia; na fabricação de produtos de minerais não-metálicos, com consumo 4,2% menor; e de produtos têxteis, queda de 5,8%.
"Em consonância com essa retração do consumo de eletricidade no setor industrial, cabe destacar que o Índice de Confiança da Indústria de Transformação (ICI/FGV) teve queda de 2,1 pontos em julho, atingindo 91,9 pontos (valor próximo ao de fevereiro/2023). Em comparação ao mês de julho do ano anterior, essa queda foi ainda mais significativa, no valor de 7,6 pontos", ressaltou a EPE.
<b>Residências</b>
O consumo de energia elétrica das residências continua liderando em todo o País, atingindo 12.540 GWh em julho, alta de 4,7% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
"O clima mais quente e seco no Brasil, em decorrência do fenômeno climático El Niño, foi o que mais influenciou na expansão do consumo da classe. Outros fatores também favoreceram a alta do mês: adição no número de consumidores residenciais, redução das perdas de energia, melhora dos indicadores de qualidade de operação de distribuidoras e redução nas tarifas de energia elétrica", informou a EPE.
Todas as regiões registraram acréscimo do consumo de energia elétrica no mês de julho: a região Norte (+12,3%) continua sendo o maior destaque, seguida pelo Sul (+6,2%), Nordeste (+5,8%), Sudeste (+3,1%) e Centro-Oeste (+0,9%).
<b>Comercial</b>
Apesar da alta de 1,9% no consumo de eletricidade pelo comércio, esta foi a menor taxa da classe desde fevereiro deste ano. "O desempenho positivo do setor de comércio e serviços, assim como temperaturas mais elevadas e clima mais seco puxaram o aumento do consumo da classe no mês", informou a autarquia.
Com exceção da região Centro-Oeste (-3,7%), todas as outras regiões anotaram expansão do consumo no setor em julho: Norte (+6,7%), Sul (+2,5%), Sudeste (+2,2%) e Nordeste (+1,6%).
De acordo com os últimos dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS/IBGE), o setor de serviços apresentou alta de 4,1% em junho de 2023 na comparação com junho do ano passado. As vendas do setor de combustíveis e lubrificantes; artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo e móveis e eletrodomésticos foram os que mais podem ter interferido na subida do consumo.