O consumo de energia elétrica voltou a encolher em julho, influenciado por uma demanda mais fraca das classes residencial e industrial. De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o consumo nacional totalizou 36.785 GWh em julho, retração de 2,9% em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado de janeiro a julho, o indicador apresentou queda de 1,4% sobre 2014, para um total de 272.702 GWh.
Os números de julho foram influenciados pela retração de 5% no consumo da classe residencial, a maior queda registrada pela EPE nos últimos dez anos. A demanda industrial também continua a cair, com variação negativa de 3,4% na comparação entre meses de julho, apesar da fraca base de comparação de 2014, influenciada pela realização da Copa do Mundo.
No acumulado dos sete primeiros meses, o consumo residencial apresenta queda de 0,5%. Na indústria, a retração da demanda é de 4% em relação ao mesmo período do ano passado.
Comercial
O levantamento mensal divulgado pela EPE também aponta que, na classe comercial, o consumo ficou estável na comparação entre meses de julho, mas ainda cresce 1,5% na comparação do acumulado anual. A categoria outros teve queda de 0,9% em julho, mas apresenta situação de estabilidade na comparação dos sete primeiros meses do ano.
A EPE atribui a queda do consumo ao cenário econômico desfavorável, às tarifas de
eletricidade mais elevadas, à redução do poder aquisitivo e às temperaturas mais amenas deste ano.
Na comparação regional, chama atenção a variação negativa de 4,3% no consumo de energia elétrica da região Nordeste em julho. As regiões Sudeste (-3,2%) e Sul (-2,6%) também consumiram menos energia em julho, mas em um ritmo de queda menos consistente. Na regiões Norte e Centro-Oeste, o consumo caiu 0,3% e 0,1%, respectivamente.
Diante de mais um mês de números fracos, apenas a região Norte continua a apresentar um crescimento relevante de demanda no acumulado do ano. Entre janeiro e julho, o consumo elétrico no Norte teve alta de 1,4%. As regiões Nordeste e Centro-Oeste também apresentam elevação, de 0,3% cada. Já nas regiões Sudeste e Sul, o consumo desde o início do ano tem queda de 2,8% e 0,6%, respectivamente.