O consumo de gás natural no Brasil totalizou 75,854 milhões de metros cúbicos diários (m³/d) em junho, de acordo com dados publicados nesta terça-feira, 29, pela Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás). O volume representa uma expansão de 4,70% em relação a junho do ano passado, porém é 6,17% inferior ao acumulado de maio deste ano.
O incremento na comparação anualizada foi impulsionado principalmente pela expansão de 6% no consumo para geração elétrica, ou seja, na utilização do gás natural para abastecer térmicas.
O consumo residencial, com alta de 4,57%, e o consumo comercial, com expansão de 3,76%, também contribuíram para a expansão do indicador. Os destaques negativos ficaram com o segmento industrial, com retração de 3,81%, e do segmento automotivo, com queda de 6,07%.
Na comparação entre os meses de junho e maio deste ano, chama atenção o salto de 20,71% no consumo residencial e a expansão de 8,10% no consumo comercial. O resultado negativo, contudo, foi explicado pelo menor consumo na atividade de geração elétrica (-10,65%), no segmento automotivo (-4,70%) e nas indústrias (-4,14%). Vale destacar que os resultados de junho podem ter sido parcialmente influenciados pela realização da Copa do Mundo no Brasil.
Semestre
O levantamento estatístico divulgado hoje pela Abegás também apresenta os dados semestrais do setor. O consumo cresceu 9,37% entre janeiro e junho, na comparação com o mesmo período do ano passado, impulsionado pelos recordes registrados em março e abril, segundo a entidade.
O resultado também foi puxado pelo consumo de gás na geração elétrica, com alta de 10,38%. A cogeração também cresceu, 3,33% na comparação semestral. “O setor de cogeração vem ganhando força desde maio devido à maior competitividade em relação a outros insumos energéticos e da alta do preço da energia elétrica”, destacou a Abegás, em nota.
Destaque também para a expansão de 1,94% no consumo residencial, em contraste à queda de 4,07% no segmento residencial. O consumo no segmento comercial cresceu 2,78%, enquanto a linha automotiva apresenta retração de 2,89% na mesma comparação semestral.
O presidente-executivo da Abegás, Augusto Salomon, alerta para o fato de que o quadro de perda da competitividade industrial, especialmente de indústrias que fazem uso intensivo do gás natural, deverá ser agravado no segundo semestre de 2014. A preocupação está associada à decisão da Petrobras de reajustar o preço do gás em 1,57%, em média, a partir de 1º de agosto, segundo o executivo.
“Os combustíveis substitutos do gás natural vêm sendo subsidiados e tendo até preços congelados, o que cria uma distorção imediata na produção industrial”, destacou Salomon.