Moradores de um prédio de habitação social da rua Crato, na Vila Nova Cumbica Centenário II, estão revoltados pelo aumento de preço das conta de água desde fevereiro pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto. Em um dos casos a diferença chega a 2112%. Com a ameaça de terem o abastecimento interrompido, algumas pessoas fizeram acordos com parcelamento para cinco anos.
A tarifa com maior aumento foi cobrada da dona de casa Ana Soledade de Souza, 31, que mora com o marido e três adolescentes. O consumo médio da família era de R$ 38 e subiu até alcançar R$ 885,17 em junho. "Tomo remédio para depressão e faço tratamento. Não dá para gastar com um consumo de água que não tivemos", diz.
A situação da aposentada Sebastiana de Oliveira Goiana, 68, também chama a atenção. Ela mora sozinha em um dos apartamentos e se assustou com a fatura de R$ 230 que recebeu neste mês. "Ganho salário mínimo. Não sei o que fazer", afirma. A pizzaiola Ericélia Maria da Silva, 32, conta que recebeu uma fatura de R$ 589 e não pode pagar por ter que gastar com medicamentos para a filha de um ano e nove meses que possui paralisia cerebral.
Técnicos do Saae estiveram no prédio em 21 de junho e, segundo documento que deixaram, constataram que o sistema de água do edifício está dentro das normas técnicas. Moradores disseram que o Saae chegou a cortar a água dos apartamentos que estavam com os pagamentos atrasados.
As 20 unidades do prédio do Programa de Urbanização Integrada Vila Nova Cumbica Centenário II, da Secretaria Municipal de Habitação, foram retirados de uma favela e transferidos para um condomínio há dois anos.
A Assessoria de Imprensa do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Guarulhos informa que vem dando atendimento às ordens de serviços abertas e continuará com as análises.
Ao mesmo tempo, será agendada reunião com os moradores para os devidos esclarecimentos e encaminhamentos.