Em meio à piora pandemia no Brasil, que chegou ao ponto de pessoas morrerem por asfixia em Manaus pela falta de oxigênio nos hospitais, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirmou que o cenário ainda inspira muito atenção e disse que é "imprescindível" a continuidade das medidas sanitárias para conter o avanço da doença.
"Em 2021, devemos prosseguir com a articulação dos setores público e privado, de governos e sociedade civil, de trabalhadores e empresários de todos os setores da economia. A forte mobilização da sociedade, em 2020, fez com que, com rapidez e criatividade, fossem criadas estratégias sanitárias e econômicas para enfrentar a crise", declara a federação, em nota assinada pelo presidente Isaac Sidney.
Na nota, Sidney faz também um apelo para que os clientes dos bancos e o público em geral, em todo o País, evitem ao máximo o comparecimento presencial nas agências bancárias do estado, utilizando os canais digitais como principal meio de acesso aos serviços. "O atendimento pelo celular (mobile banking), pelo computador (internet banking) e telefônico (call centers) estão disponíveis e oferecem praticamente a totalidade das transações financeiras do sistema bancário. Essas são ações eficazes de prevenção recomendadas pelas autoridades sanitárias", ele afirma.
Na avaliação da Febraban, os recentes casos de aumento de contaminação pela Covid-19, com consequente impactos econômicos, sinalizam mais uma vez a necessidade de manter, com rigor, a disciplina fiscal e da retomada, urgentemente, da agenda de reformas estruturais, como a tributária e administrativa, para que o Brasil volte a crescer.
"Assim criaremos ambiente econômico e de negócios que permita uma retomada acelerada dos investimentos – a alavanca do crescimento e da melhoria das condições de renda da população", escreve Sidney.
Os bancos, diz o presidente do Febraban, também estão preocupados em manter a economia funcionando. Em 2020, ressalta, as concessões de crédito chegam a R$ 3,4 trilhões entre março e dezembro, incluindo contratações, renovações e suspensão de parcelas.
"São números sem precedentes", afirma o executivo, que estima que em 2020 o estoque de crédito das famílias e empresas deve ter crescido 14%, "um desempenho extraordinário, uma vez que a economia vai encolher fortemente".