Estadão

Contra abstenção, Lula diz que quem deixa de votar perde autoridade de cobrar

Contando voto a voto na tentativa de liquidar as eleições em primeiro turno, o candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, deu início nesta segunda-feira, 12, a uma campanha de combate à abstenção. Em reunião com comunicadores ligados ao partido, o ex-presidente afirmou que quem deixa de votar perde a autoridade de cobrar as autoridades públicas.

"Nós temos um problema sério que é o seguinte: sempre tivemos no Brasil porcentual de eleitores que não votam. Ou seja, tem gente que espera chegar o dia das eleições e logo cedinho, na véspera, ele pega o carro dele e vai para a praia, para o interior. Ele não quer votar. É importante que tenha mensagem para essas pessoas. Porque a pessoa que não vota depois perde um pouco da autoridade de cobrar de quem foi eleito", declarou o petista.

No primeiro turno das eleições de 2018, quase 30 milhões deixaram de votar, o que correspondeu a 20,3% do eleitorado – maior nível desde a disputa de 1998. No segundo turno, o índice foi ainda maior, 21,3%.

Organizada pelo coordenador de comunicação da campanha, o prefeito de Araraquara, Edinho Silva, a conferência do PT de hoje reuniu mais de seis mil comunicadores das dez legendas que integram a coligação de Lula, além de movimentos sociais, organizações da sociedade civil, sindicatos e rádios comunitárias.

Lula publicou trecho da fala há pouco em seu Twitter. "Nessas eleições, o que está em jogo é nossa democracia. Não deixe de participar, se envolver e fazer a diferença sobre o futuro do Brasil", escreveu o candidato junto à postagem.

Ainda na reunião, o ex-presidente declarou que é hora de dedicar "quase que tempo exclusivo, 24 horas por dia" para ganhar as eleições. "O que está em jogo não é a vitória sobre outro homem, de um candidato sobre outro candidato, o que está em jogo é efetivamente a possibilidade de a gente recuperar o bem estar da família brasileira", declarou.

Em busca da vitória já em 2 de outubro, a campanha do PT ataca em duas frentes: contra a abstenção e, também, pelo voto útil. A esperança de vencer em primeiro turno voltou a rondar a sigla na noite de ontem, com os números do Ipec. A pesquisa mostrou Lula com 51% dos votos válidos ante 35% do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição. O foco do ex-presidente é absorver votos antibolsonaristas da chamada "terceira via" – ou seja, de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB).

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