Alvo preferencial de críticas do ex-governador Márcio França (PSB) no primeiro turno da campanha na capital paulista, o prefeito Bruno Covas (PSDB) busca agora o apoio de aliados do pessebista e avança sobre os bases do ex-rival. Interlocutores de Covas conversaram nesta segunda-feira, 16, com dirigentes do Solidariedade, que apoiou França, e da Força Sindical, central ligada ao partido.
O tucano também articulou o apoio da UGT, central sindical ao PSD, que apoiou Andrea Matarazzo no 1° turno. A ideia é reforçar a tese de que o tucano representa uma "frente ampla" contra o que o que Covas chamou de "radicalismo" e tentar isolar o candidato do PSOL, Guilherme Boulos, que articula apoios nas bases históricas do PT na cidade.
Em entrevista ao portal <i>UOL</i> nesta segunda, 16, Covas disse que "não há nenhuma mágoa" em relação a França e ressaltou que em nenhum momento fez ataques pessoais ao adversário. Os dirigentes do PSB, PDT, solidariedade e Avante, legendas que estavam na coligação de Márcio França, para avaliar a possibilidade de anunciar um apoio conjunto no 2° turno.
Mas o <b>Estadão</b> apurou que não haverá consenso no encontro e a aliança vai se pulverizar. O PDT vai defender o apoio irrestrito à candidatura de Boulos, já o Solidariedade tende a apoiar a Covas, enquanto o próprio França dá sinais que vai se manter neutro.
"Nós (direção do SD) vamos nos reunir amanhã, mas eu não escondo que sou amigo do Bruno (Covas) e tenho uma preferência por ele", disse o presidente municipal do SD, Pedro Nepomuceno, que foi subprefeito de Santana da administração tucana até o começo da campanha.
Considerando o panorama nacional, a possibilidade de o PSB apoiar Boulos em São Paulo está prejudicada com fato de que não haverá reciprocidade em Recife, onde o PSOL indicou o advogado João Arnaldo como vice na chapa da petista Marília Arraes. Eles vão ao segundo turno contra socialista João Campos.
Em entrevista ao portal <i>UOL</i> nesta segunda-feira, 16, Covas disse que vai procurar também o partido de Celso Russomanno. "Vamos conversar com o Republicanos para que o Celso Russomanno e os vereadores eleitos pelo Republicanos possam também somar força com a gente". Ao ser questionado se vai buscar apoio também de França, Covas disse: "Não há menor dúvida. Não há nenhuma mágoa, em nenhum momento fiz ataque pessoal, em nenhum momento levei para questão pessoal".
O PSDB ainda não definiu o roteiro do seu primeiro programa de TV, que vai ao ar na sexta-feira. Mas a ideia é reforçar o perfil de "centro" de em contraponto ao "extremista" Boulos.