Em resposta ao corte de R$ 600 milhões em recursos para a Ciência, parlamentares e a sociedade civil se mobilizaram, na manhã desta terça-feira (26), pelas redes sociais e criticaram os últimos cortes de verbas do governo. Com a hashtag <i>#SOSCiência</i>, a mobilização conseguiu emplacar o assunto como o segundo mais comentado do Twitter no País.
Diante da crise econômica nacional, o líder da Minoria na Câmara, Marcelo Freixo (PSB-RJ), destacou que investimentos públicos em ciência são estratégicos para o Brasil superar a instabilidade. Para Freixo, "ao estrangular os órgãos de financiamento e os centros de pesquisa", o governo força com que milhares de cientistas sejam obrigados a deixar o País e desenvolver suas pesquisas em outros lugares.
"Sufocar a ciência é condenar nosso País ao atraso", pontuou o parlamentar. Em sua avaliação, sem recursos voltados para o desenvolvimento do setor, "não há desenvolvimento sustentável".
O deputado André Figueiredo (PDT-CE) também sentenciou o último corte do presidente Jair Bolsonaro. Para ele, o governo vem fazendo "economia" através da retirada dos investimentos públicos e, com isso, passa a condenar setores nacionais, tendo a ciência como uma das principais vítimas.
<b>Lira e impeachment</b>
De praxe nas mobilizações via redes sociais contra o governo, o nome do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ascendeu entre os protestantes. Lira acumula mais de 100 pedidos de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro, mas se nega a votá-los sob a justificativa de que, atualmente, não há contexto que motive a ruptura.
"A vacina contra o desmonte das instituições de pesquisa e ensino do País é o impeachment de Bolsonaro. Vamos votar, Arthur Lira?", questionou o deputado David Miranda (PSOL-RJ).
Outro nome que teve destaque na manifestação na rede social foi o do ministro da Economia, Paulo Guedes, que vem sofrendo constante desgaste após a revelação de que mantém recursos em offshore.
O tuitaço, como chamado, foi organizado por entidades ligadas à ciência, como Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) e Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), e envolve outros eventos online e presenciais que serão realizados em todo o País. Do corte de R$ 600 milhões que serão desviados para outras finalidades, R$ 200 milhões seriam destinados ao CNPq, para suprir mais de 30 mil beneficiários entre bolsistas e pesquisadores na realização de suas pesquisas por meio do tradicional Edital Universal do CNPq.