Noticia-geral

Contratação sem consulta pela USP é investigada

A sindicância interna que investiga as causas da crise financeira na Universidade de São Paulo (USP) está apurando decisões que o ex-reitor João Grandino Rodas tomou sobre aumento de gastos com servidores sem consultar o Conselho Universitário, instância máxima da instituição. A USP compromete 105,5% do orçamento com a folha de pagamento.

A comissão sindicante foi criada por decisão do atual reitor, Marco Antonio Zago. Ex-pró-reitor de Pesquisa na gestão anterior, Zago tem defendido que nem ele nem os membros do Conselho Universitário tinham conhecimento da situação financeira da instituição, sobretudo do impacto das políticas salariais sobre o orçamento.

A sindicância ainda não terminou, mas apurações em andamento analisam por que algumas etapas do plano de carreira dos servidores técnico-administrativos não passaram pelo colegiado. Dessa forma, a despesa prevista com essas movimentações não teriam sido analisadas – o regimento da USP indica que o Conselho Universitário tem de ser consultado sobre a política salarial. A informação foi divulgada na quinta-feira, 21, pelo jornal Folha de S.Paulo.

Em maio de 2011, meses após uma greve de 57 dias, o Conselho Universitário aprovou novo plano de carreira para os servidores. A partir disso, o peso dos salários dos técnico-administrativos teve um salto de 17% até 2011 – como o jornal “O Estado de S. Paulo” revelou em fevereiro. A alta de salário dessa categoria foi de 67% entre 2010 e 2013, além do salto de 10% no número desses servidores. Hoje são mais de 17 mil. Os docentes, que somam 6 mil profissionais, tiveram reajuste de 26% no período.

Peso

Paralelamente à nova política salarial, o peso da folha começou a aumentar. Apesar de o comprometimento total do orçamento com salários só aparecer no orçamento inicial em 2014, há três anos a universidade já fecha o ano gastando com salários mais do que recebe.

A comissão cita outros gastos autorizados por Rodas sem consulta, como reajuste de vale-alimentação e pagamento de prêmio de excelência. São decisões que não precisariam necessariamente passar pelo conselho. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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