A primeira rodada de consultas para a formação de um novo governo italiano fracassou nesta quinta-feira, com os principais partidos permanecendo em desacordo, o que indica que mais negociações serão necessárias na próxima semana. O presidente da Itália, Sergio Mattarella, disse que, após dois dias de reunião com os líderes dos partidos políticos, nenhuma sigla ou coalizão tinha o apoio necessário para comandar uma maioria parlamentar. Ele comentou que concordou com os partidos em levar “alguns dias” para refletir sobre como proceder antes de convocar uma segunda rodada de consultas.
As eleições nacionais italianas de 4 de março terminaram em um cenário de Parlamento suspenso, com o eleitorado dividido em três campos: uma coalizão de centro-direita, liderada pela Liga que inclui o Forza Italia, de Silvio Berlusconi, emergiu como o maior grupo, com cerca de 37% dos votos populares. O antiestablishment Movimento 5 Estrelas seguiu com 32%, tornando-se o maior partido único. Já o Partido Democrata de centro-esquerda ficou na terceira colocação.
A matemática parlamentar provocou uma série de conversas entre os líderes partidários para determinar se eles poderiam encontrar um caminho comum suficiente para atacar uma aliança que poderia ganhar uma maioria parlamentar. Há especulações de que a Liga, grupo de extrema-direita que conquistou 18% dos votos populares, poderia abandonar sua aliança com Berlusconi e fechar um acordo com o Movimento 5 Estrelas. Em março, as duas siglas fizeram um acordo para eleger os presidentes da Câmara e do Senado italianos, estimulando as expectativas de um pacto entre os dois.
Uma aliança entre o Movimento 5 Estrelas e a Liga daria origem a um governo populista profundamente cético em relação à União Europeia e a instituições multilaterais, como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) – um resultado que poderia assustar os investidores e inquietar os parceiros europeus da Itália. Fonte: Dow Jones Newswires.