O papa Francisco poderá participar da conferência climática COP-28 que ocorre em Dubai entre 30 e novembro e 12 de dezembro deste ano. De acordo com a agência <i>Reuters</i>, desta forma, ele poderia fazer valer seu recente apelo por ações que ajudem a conter o avanço do aquecimento global.
Conforme agências internacionais, esta seria a primeira vez que um pontífice participaria de uma conferência da ONU sobre mudanças climáticas desde o seu início em 1995.
O cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, afirmou à <i>Reuters</i>, em meio a um evento católico-judaico em Roma, na quarta-feira, 18, que Francisco quer ir a Dubai, embora nenhuma decisão final tenha sido tomada até o momento.
Outras fontes do Vaticano estimam em 90% a probabilidade de o papa participar da COP-28. Embora tenha mantido sua agenda preenchida com compromissos, o pontífice tem usado uma bengala e uma cadeira de rodas devido a um problema no joelho.
Francisco fez da proteção ao meio ambiente uma das marcas de seu papado. Recentemente, em 4 de outubro deste ano, em um importante documento publicado, ele fez um apelo aos políticos hesitantes e aos negacionistas das alterações climáticas para que mudem de posição, afirmando que não podem ignorar as causas humanas ou ridicularizar a ciência enquanto o planeta "pode estar se aproximando de um ponto de ruptura".
Trata-se do <i>Laudate Deum</i> (Louvado Seja Deus), a sua Exortação Apostólica que contém o seu apelo para enfrentar a crise climática, uma continuação da encíclica de 2015 de Francisco sobre o meio ambiente <i>Laudato Si</i> (Louvado seja).
Posteriormente em 11 de outubro, o papa recebeu em audiência Sultan Al Jaber, ministro da Indústria e Tecnologia Avançada dos Emirados Árabes Unidos e presidente designado da COP-28. Segundo o Vaticano, o papa considera crucial o evento para promover uma ação partilhada antes que seja tarde demais.
Sobre o lançamento da Exortação Apostólica <i>Laudate Deum</i>, Jaber disse, na ocasião, que saudava o apelo urgente do papa para uma maior ação climática. "Partilhamos a sua esperança de que a COP-28 permita uma aceleração decisiva da transição energética. A COP-28 será uma COP de ação. Precisa ser. A nossa presidência está totalmente empenhada em fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para unir as partes, garantir a inclusão, impulsionar compromissos e medidas claras e realizar ações climáticas ambiciosas para as pessoas em todo o mundo", afirmou o presidente designado do evento em encontro com o papa. (Com agências internacionais).