Economia

Copa e eleições influenciaram queda nas vendas em 2014, avalia Fenabrave

O novo presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Alarico Assumpção Júnior, avaliou nesta terça-feira, 06, que a queda de 7,15% no emplacamento de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus em 2014 ante 2013 foi resultado de um “ano atípico”, marcado por eventos como a Copa do Mundo e eleições, que diminuíram os dias úteis de vendas, e por dificuldades pelas quais a economia brasileira passa.

Para 2015, o dirigente afirmou que o setor tem algumas “preocupações”, entre elas a retomada da alíquota cheia do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) a partir de janeiro deste ano. Segundo Assumpção, os efeitos do retorno do tributo aos patamares normais devem ser sentidos somente a partir de fevereiro e março. “Acreditamos ter ainda de 35 a 45 dias de estoque sem incidência das novas alíquotas”, afirmou. De acordo com ele, em dezembro, a média do estoque era de 44 dias, ante 50 dias em novembro.

Outra preocupação, acrescentou, é a restrição de empréstimos para veículos pesados por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Soma-se a isso a redução dos valores destinados ao Programa de Sustentação do Investimento (PSI) tocado pelo banco de fomento. Assumpção pondera, contudo, que há um ponto positivo em relação ao programa: o fato de o setor já conhecer as regras que vigorarão neste ano, ao contrário de 2013, quando ele afirma que o segmento perdeu quase 60 dias à espera do anúncio das regras.

Soma-se a essas preocupações um cenário externo desfavorável, sem nada que possa indicar forte crescimento da demanda, e um cenário interno marcado pela queda nos investimentos (resultado, entre outras coisas, da confiança baixa); redução da expansão do crédito para compra de veículos (que, em novembro, retraiu 4,9%, de acordo com o Banco Central); perspectiva de alta dos juros no País e do câmbio desvalorizado.

Um ponto positivo para o setor, afirmou, deve ser a lei que facilita a retomada do bem, que entrou em vigor no início de novembro de 2014. Segundo Assumpção, caso “pegue” de fato, a legislação deverá alavancar de 20% a 25% as vendas de veículos no Brasil. “Dentro de três meses, poderemos sentir efeito de melhora da lei”, prevê, ponderando que os efeitos da nova legislação não foram levados em conta na previsão divulgada hoje pela Fenabrave de queda de 0,53% nos emplacamentos em 2015.

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