A diretora de Assuntos Internacionais do Banco Central, Fernanda Guardado, explicou nesta terça-feira, 15, que o Comitê de Política Monetária (Copom) já havia antecipado uma parte da alta dos reajustes de combustíveis, anunciados hoje pela Petrobrás.
"Uma das mudanças que fizemos no balanço de risco na ata foi das commodities. Já observamos que, na última reunião, boa parte do movimento de queda das commodities agrícolas e energéticas que observamos em março, em junho e julho já estava se revertendo. O Copom já tinha embutido algum reajuste de gasolina, então parte já estava prevista. Não posso antecipar (o quanto), mas parte já estava prevista", disse em evento da XP realizado em Brasília.
A diretora detalhou que a mudança na ata foi clara no sentido de não apontar mais esse segmento como algo que poderia ser um risco baixista para a inflação.
"Observou-se um movimento importante de queda das commodities junto com um movimento de apreciação do real, uma circunstância tão rara de se observar", comentou, salientando que a inflação se beneficiou desse quadro, mas que esses preços não deverão prover uma ajuda tão grande daqui para a frente. "É um movimento que parece já ter perdido o ritmo."
Ela voltou a dizer que o câmbio é flutuante no Brasil e que é difícil projetar nível de moeda. "Então temos que viver com o que o destino nos entrega, e a gente vai reagir (se necessário)."